Seguidores

sábado, 2 de março de 2013

ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO






















































Moisés e Elias. A lei e os profetas presentes no monte da transfiguração.



Por: Edilson Moraes dos Santos

TEXTO BÍBLICO:  Mt 17.1-8 




“SEIS dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.”

A subida de Jesus ao monte faz parte de uma estratégia que utiliza para mostrar aos seus discípulos o seu lado divino por meio da transfiguração e mostrar-lhes com isso que o seu ministério apontava para outra forma de conceber o cristianismo sem, no entanto, negar a lei e os profetas. Ele mesmo afirmou que não veio para negar a lei, mas sim para cumpri-la. Expõe ainda o desvio de foco, por parte do pai, que neste momento canaliza todas as atenções para Jesus, o salvador do mundo.

Ao transfigurar-se, o mestre comprova o lado divino na sua humanidade. Sendo homem não deixou de ser Deus; sendo Deus não deixou de ser homem. Foi cem por cento homem e cem por cento Deus.

A sua divindade é revelada, além das ações de operação de poder, através dos nomes e títulos que recebe na narração bíblica, conforme veremos.

FILHO DE DEUS (Deidade). “Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). Segundo Pearlman, (1996), este é um título dado exclusivamente a Jesus. Ele não é um filho de Deus, como se diz dos anjos ou dos homens. Somente Ele pode reivindicar esta característica peculiar, por alguns motivos. (1) Por causa da consciência que tem de si mesmo. (2) Por causa de sua autoridade. (3) Pela sua impecabilidade. (4) Pelo testemunho dos discípulos.

O VERBO (preexistência e atividade eternas). “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (1.14). O verbo de Deus tomou forma humana para que por meio disso, o mundo pudesse conhecê-lo e Ele se identificasse com as limitações do homem, em suas fragilidades. Deus falou a nós através de seu filho humanizado, mas cheio de graça e glória.

SENHOR (deidade, exaltação e soberania). Na tradução grega do AT, a palavra “Senhor” (Kurios) era equivalente a “Jeová”. Não por acaso, este termo aparece repetidamente nas escrituras, se referindo ao Messias. Jesus recebe este título por merecimento. Ainda que provisoriamente, abriu mão de sua glória, habitou entre os homens incorporou a natureza humana. Permitiu-se ser humilhado e morto na cruz, para remir o mundo de seus pecados. Feito isso, tornou-se Senhor de todos nós e não apenas Senhor dos senhores, mas também Rei dos reis e soberano entre as nações. “E ouvi o anjo das águas, que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas” (Ap 16.5).

MOISÉS E ELIAS NA TRANSFIGURAÇÃO. A figura emblemática desses dois personagens neste cenário incomum ao mundo materializado dialoga com dois aspectos inerentes ao cristianismo. Moisés surge com um aspecto tipológico, pois vem com a representatividade da lei, que até aquele momento ainda servia de instrumento de orientação. Já a presença de Elias aponta para o aspecto escatológico, pois o profeta Malaquias anunciara que surgiria um profeta, percussor de Cristo, com o espírito de Elias, que pregaria com ousadia preparando o caminho para o salvador. Este que antecedeu a Jesus foi João Batista, que de fato tinha as características daquele profeta tisbita em suas mensagens. Notemos que neste quadro, ao chamar teofanicamente os dois homens vistos com muita justiça como gigantes da fé, o Senhor trata da lei e os profetas, numa clara demonstração de que dali em diante inaugura-se um novo período na história do homem. Observe que os dois seres surgem de forma bastante discreta e são tratados num primeiro momento, de acordo com o valor que representam para o mundo cristão, mas num segundo instante, suas presenças são suplantadas pela face gloriosa de Jesus, que ouve diretamente dos Céus “[...] Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o” (Mt 17.5).

Outra mensagem deixada por Jesus, em sua transfiguração, foi a mensagem da natureza do Reino de Deus. Sua intenção implicava em revelar que de fato o que ensinara para seus seguidores só faria sentido se, sobretudo compreendessem o real sentido do Reino que lhes estava reservado. Demonstra para estes que realmente o seu reinado não é constituído de comida, nem de bebida (matéria), mas do poder da presença de Deus.

Chamo aqui a atenção para um detalhe que não pode ser esquecido: o aparecimento de Moisés e Elias no monte da transfiguração não tem nada a ver com a teologia espírita. Até porque não se trata de nenhuma reencarnação, pois ambos não voltaram em outro corpo, conforme descreve a sua doutrina. Muito menos é resultado de invocação aos mortos. Deixemos os que dormem em paz. A bíblia não dá respaldo para tal fenômemno.

Aspecto testemunhal. Ele tinha que deixar testemunho de sua divindade e de que a Lei e os profetas naquele momento se resumem nele mesmo. Os seus discípulos eram as pessoas mais indicadas para se tornarem multiplicadores dessa informação. Mesmo que sob sua orientação não o tivessem feito por algum tempo, chegaria a hora em que a raça humana deveria saber disso por meio daqueles que foram testemunhas oculares da manifestação de Deus, o pai, no filho. Foi o mesmo que dizer: estou entregando-lhes meu filho, que por sua vez decidiu doar-se a si mesmo por todos vocês, mas que todas as nações saibam que não se trata de uma pessoa comum. É meu filho, o amo e tem poder sobre a vida, a morte, o pecado e o inferno. Sendo homem, não pecou. Mesmo ciente de sua divindade, não usou desse mérito para manipular a cruz. Encarou-a de cabeça erguida. Em momento algum reclamou pelo fato de ser Deus, e, no entanto estar cravado no madeiro. Fez esse gesto com alegria e resignação, pois sabia que era por uma boa causa. Foi por você e por mim. “[...] Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).





Imagem: 

Disponível em: https://www.google.com.br/search?hl=pt-F-8&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi&ei=qWoxUa7oAoaq8ATy4IHQDQ - Acesso em 02/03/2013. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário