Seguidores

sábado, 9 de março de 2013

HÁ UM MILAGRE EM SUA CASA

Tentativas de desqualificar a família  e seus valores.  



Texto bíblico:
2 Re 4.1-7


Por: Edilson Moraes


Parece-me que o pedido feito por Eliseu à viúva, neste contexto é propositalmente uma maneira de nos fazer refletir sobre a necessidade dos cuidados que devemos ter com família. “Dize-me que é o que tens em casa” (2 Re 4.2). 

Com o passar dos dias ocorreram diversas transformações em todo o mundo, impulsionando a humanidade a um pensar diferente sobre vários aspectos da vida, as estruturas que a constitui, e como não poderia ser diferente, a família acabou se tornando alvo das novas concepções sobre ética, valores, verdade e fé.

“Com o advento da pós-modernidade a partir dos anos 60 e 70, uma era de incerteza e de verdades fragmentadas passaram a imperar em todos os segmentos da sociedade, inclusive mudando a sua cosmovisão” (Gonçalves 2012, p.114). 

Este acontecimento representou a ruptura do pensamento judaico-cristão, ocasionando o fim de paradigmas que durante séculos mantiveram a sociedade sustentada em estruturas fundamentadas na Bíblia. 

É esperado que com o rompimento de um paradigma surja outro que possa justificar o fim do anterior. O que temos notado é que o pós-modernismo por apoiar-se nas incertezas, ausência de estruturas fundantes  e no distanciamento da crença na verdade, tem promovido uma situação frustrante para a raça humana. 

A crença na verdade relativa e num modelo de família sem limites, em que "é proibido proibir", está trazendo conseqüências das quais ainda não sabemos o grau de seus prejuízos.

De certa forma, ainda que conscientemente ou inconscientemente a Igreja acaba se deixando levar por essa cosmovisão mundana, quando não se preocupa em cuidar da sua casa, mantendo-a abastecida por meio dos elementos indispensáveis à sustentabilidade da família cristã neste tempo de pós-modernidade. Para isto, alguns pontos devem ser revistos:

Reconhecimento da carência divina. Se cada um de nós não nos policiarmos, por meio da vigilância constante recomendada por Jesus, correremos o risco de nos sentirmos auto-sustentáveis como fazem aqueles que seguem o curso do presente século, ao ponto de crer que não necessitamos de Deus. 

É exatamente este o pensamento pós-moderno.  “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). A viúva soube reconhecer sua insuficiência diante da suficiência divina. 

Clamar pelo socorro dos céus não deve ser motivo de vergonha para ninguém. Estamos precisando resgatar o hábito do clamor quebrantado diante do nosso pai. O que aconteceu com os nossos lenços? Porque paramos de chorar na presença de Deus? A um coração quebrantado, não resiste o Senhor.

Noção da infinita misericórdia de Deus. Aquela mulher, por conhecer o perfil do profeta, certamente teve a plena convicção de que o Deus daquele crente haveria de realizar o milagre que tanto almejava. O evangelista Lucas escreve-nos: “E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem” (Lc 1.50)

Os cegos que estavam à beira do caminho, sabiam que Jesus agia com profunda misericórdia. “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!”. Clamaram por socorro ao ponto de incomodar alguns dos discípulos, mas em sua confiança, foram contemplados pelo Senhor e passaram a enxergar.  

O pouco pode se tornar muito. No caso daquela mulher, o pouco de azeite que possuía foi decisivo para escapar das mãos dos credores de seu marido agora morto. A Lei permitia, em situações como estas, que os filhos fossem levados para cobrir o débito herdado, sem, no entanto serem tratados como escravos. 

E apenas um milagre poderia livrá-la de tamanha tristeza. Na Bíblia, o azeite representa o Espírito Santo. A presença deste na família é indispensável, pois permite a estabilidade e o desenvolvimento espiritual suficientes para se manter comprometida com o reino invisível de Cristo. 

A viúva de Sarepta, de modo semelhante, em resposta ao profeta Elias quando lhe pediu comida, afirmou ao homem de Deus: “A tua serva não tem nada em casa, a não ser um pouco de azeite e um punhado de farinha”. Mas nem por isso ficou sem ver o milagre. E grande foi a bênção na sua vida e na de sua família.

O Milagre ocorre no sigilo. “Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia”. Muitos imaginam erradamente que só acontecem milagres em lugares específicos, ou por meio de pessoas específicas. 

Mas outros ainda aproveitam da operação dos milagres para publicizar com intuitos lucrativos, fazendo da ação misericordiosa do Senhor, meio mercantil de sobrevivência. A divulgação midiática dos milagres é forte tendência na Igreja moderna. Os empresários da fé mercadológica montam impérios suntuosos com a venda à quilograma daquilo que não lhes pertence. 

Chamam a glória para si, num claro sinal do total vazio do poder de Deus em suas vidas. São mercenários que tiram proveito da miséria do povo, usando o nome de Deus, sem ser usados por ele. Que estes não esperem galardão nos céus, pois já o têm neste mundo.    

A família deve se manter convicta de que não pode se adequar, sob nenhuma hipótese ao padrão comportamental nascido na mente fértil de satã, para seus filhos e seguidores do curso deste século.

O povo de Deus que sabe o real significado do termo santidade anda na contramão do pensamento mundano, sem se assombrar com o que possa advir como conseqüência de sua livre decisão de se manter fundamentado na Palavra de Deus, que querendo o mundo ou não sempre foi e sempre será a verdade absoluta. Cristo é a verdade absoluta.

Quando a sociedade corrompida utiliza seus mecanismos midiáticos para pejorativamente chamar a família cristã de “fundamentalista” em razão de acreditarmos em Deus e na sua poderosa Palavra, no fundo não somos nós que saímos perdendo, nem isto deve afetar a nossa fé. 

Antes,  nos alegramos no que dissera Paulo: “Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia” (2 Tm 1.12).  

Nenhum comentário:

Postar um comentário