Os recentes acontecimentos envolvendo a Igreja católica remetem a discussão de assuntos polêmicos a exemplo do celibato.
A renúncia de Joseph Alois Ratzinger, concretizada nesta data, 28 de fevereiro de 2013 às 20:00h (horário de Brasília), aponta para aspectos que geraram uma crise na Igreja católica, a saber: os inúmeros casos de pedofilia, que remontam à décadas; a suspeita de uma crise interna envolvendo a nata clerical na disputa pelo poder; boatos de corrupção e por fim, a necessitar de uma revisão em seus dogmas e preceitos, considerando os novos rumos tomados pelo pensamento pós-moderno.
O apóstolo Paulo, em seus escritos dirigidos ao povo crstão afirma que "não é bom que o homem esteja só". O próprio Deus criou o casal e o estabeleceu com finalidades bem definidas, as quais aparecem no texto sagrado (Gênesis) com clareza, como é caso do papel de cuidadores do jardim, adoradores e procriadores. Na descrição bíblica encontramos o criador preocupado com a solidão do homem (Adão). Por isso criou a mulher (Eva), segundo Ele para que fosse sua ajudadora.
O estabelecimento do celibato ocorreu no Concílio de Trento (1545-163). Este ato proibiu o casamento para o clero da Igreja latina, incluindo os clérigos da Igreja secular.
Este dogma, de certa forma tornou-se numa afronta a Palavra de Deus, visto que em nenhum momento a Bíblia condena o casamento entre homem e mulher. Pelo contrário, este é instituído e abençoado divinamente.
Interpretar uma orientação que Paulo dá sobre a disponibilidade de tempo que o homem solteiro tem para fazer a obra de Deus como sendo uma proibição ao casamento, é no mínimo ausência de exegese bíblica, visto que não há respaldo para que isto se torne uma doutrina.
As consequências de atitudes tomadas pelo homem em nome de Deus, como sendo Ele quem ordena, a exemplo do celibato, são uma realidade da qual não há como escapar. Muitos são os que ocupam tronos e se sentem os deuses ou intermediários entre Deus e o homem. Por falta de obediência ao que o verbo humanizado vaticinou para o bem da humanidade, forçam a interpretação do texto canônico para a satisfação do seu ego.
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Edilson Moraes
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