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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

-A MULHER E O MERCADO DE TRABALHO

A mulher conquistou espaço no mercado de trabalho, mas a família perdeu equilíbrio.


Por: Edilson Moraes



     Segundo a tradição cristã, uma das atividades da mulher é cuidar da família no que se refere ao acompanhamento dos filhos. Quando penso nisso, imagino-a como a ave que agasalha seus pintinhos, abrigando-os do frio, dos predadores e principalmente transmitindo-lhes ensinamentos que são decisivos para a sua sobrevivência e formação enquanto sujeito de transformação.   


     Com a inclusão da mulher no mercado de trabalho - processo que se intensificou no século XX, a família teve que se adequar à nova realidade, atendendo às exigências que o momento exigia. Isto produziu danos irreversíveis, refletindo num problema social em proporções gigantescas, das quais as autoridades tentam entender e encontrar soluções, mas até o momento sem sucesso.

     Quando a mulher tinha tempo para cuidar da "casa" - entenda-se como administradora e não como empregada, segundo o pensamento machista -,  os filhos tinham maior facilidade para reconhecer limites. Respeitavam mais os idosos, professores e os próprios pais.

     Não quero com isto, ser saudosista, muito menos passar uma falsa ideia de que tudo era muito perfeito naquele momento histórico. Sei que haviam problemas. Porém, em escala bem inferior aos constatados hoje. Se fizermos um rastreamento minucioso na sociedade moderna, constataremos que por trás dos incidentes violentos envolvendo jovens, encontra-se uma família desequilibrada.  Na maioria das vezes, trata-se de pais separados em que os filhos se desenvolvem com uma instrução incompleta. 

     É notório que nunca na história da humanidade o movimento feminista conseguiu tamanha consolidação como a que vemos hoje. A mulher tem alcançado patamares antes inimagináveis. E isto não é de todo ruim. Penso que o que está faltando é uma dosagem de equilíbrio. Na ânsia de conquistar espaços cada vez mais elevados, a mulher enquanto mãe, não está reservando o tempo que é fundamental para estabelecer a solidez de sua “casa”. O que vejo, de verdade, é uma competitividade do tipo “guerra dos sexos” em que todos estão perdendo. A família e a sociedade sentem os reflexos disso com maior ênfase. Que geração é esta que estamos formando? Pelos resultados atuais, esta geração jovem está perdida num labirinto indecifrável. É uma geração carente de "modelos" que lhe sirva de parâmetro. Logo, como não poderia ser diferente, sem limites e sem orientação segura, caminha insegura. O problema é que nos tempos de Pós-modernidade é antiquado falar de parâmetros. O ideal é a liberdade a todo custo. "É proibido proibir". Mas é importante que a família e via de regra a sociedade analise para onde esta "liberdade" está conduzindo seus filhos. Que liberdade é esta que ao passo que a mulher conquistou seu espaço no mercado, permitiu que seus filhos se tornassem escravos do traficante, prisioneiros nas cadeias superlotadas (em decorrência de crimes cometidos muitas vezes por causa da droga) e potenciais vítimas fatais de traficantes? Quantos jovens ainda terão que morrer, para que a sociedade perceba que está andando na contra-mão dos ideais de um mundo melhor?  

     Quem está substituindo a mãe em seu papel materno não está dando conta do recado. Falando francamente, não haveria a menor chance de dar certo. Afinal de contas, se olharmos biblicamente, veremos que na constituição familiar, cada sujeito envolvido exerce papéis extremamente relevantes e intransferíveis. Sendo assim, comete um equívoco muito grande aquele que espera que o pai faça o papel da mãe e vice-versa ou que os avós, a babá e os meios eletrônicos o façam. Não digo com isto que a mulher deve se acomodar dentro de casa, nem estou dirigindo à mesma nenhum tipo de julgamento pelas consequências aqui abordadas. É apenas um convite à reflexão. 


     Precisamos entender que em meio ao caos que a sociedade se encontra, com tantas crianças dependentes das drogas – entre elas a mais cruel de todas que é o crack, não adianta transferirmos a responsabilidade para os setores públicos. Em se tratando das consequências nefastas que temos experimentado por causa desse desvio de papéis, cada segmento precisa assumir a sua parcela de culpa. E a família, por meio dos pais, tem uma parte significativa de responsabilidade porque deixou de cumprir a sua função de educadora para com os filhos. Os lares perderam a ação meiga da mãe. Perderam também a presença e autoridade do pai. Acredito, sim, que a educação inicia-se em casa. Mas quem irá ensinar, se os pais estão em uma competição que nunca termina? Torço para que Deus abençoe as famílias. Para que a mulher continue conquistando seus espaços, mas sem perder o seu foco, a sua visão e sensibilidade materna que durante séculos foram vitais para o desenvolvimento dos filhos e conseqüentemente de toda uma geração. Para que antes de constituírem família, os pais pensem primeiro que tipo de pessoas eles querem que seus filhos sejam. Se formarão pessoas de boa índole ou seres humanos frustrados, com comportamento de zumbís ambulantes? 

     Não tenho dúvida de que compete aos pais a formação saudável do lar. Basta apenas que cada um ocupe o seu devido lugar e desempenhe a sua função com maturidade, responsabilidade moral e o exercício do diálogo, respeitando a individualidade dos sujeitos envolvidos no processo familiar.



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