“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome,
se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus
caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a
sua terra” (2 Cr 7.14).
A institucionalização da adoração a baal, por intermédio de Acabe sob a influência de sua esposa Gezabel, foi o estopim para a deflagração da seca que castigou Israel por três anos e meio.
O versículo 18 do capítulo 21 de 1 Reis retrata com fidelidade a situação em que se deparava o povo hebreu. Estavam nitidamente divididos e confusos entre servir a Deus e a baal. A essas alturas, com o financiamento do estado, assim como acontece em nossos dias, o culto pagão era acontecimento normal. Em todos os montes haviam altares construídos para este fim. Existem evidências bíblicas de que nenhum outro rei antes de Acabe ergueu tantos altares a deuses pagãos. Esta ação foi o bastante para a substituição do culto divino pelo culto pagão, ao ponto de quase eliminar, de vez a adoração ao Deus dos céus.
A seca experimentada pelos hebreus naqueles dias, é o cumprimento da palavra do profeta feita a Acabe, por conta da extrema idolatria a qual se espalhou por toda a Israel. Não se tratava de uma seca com características de fenômenos meteriológicos, mas de um acontecimento previsível determinado por Elias para que não só acabe, mas todo o povo percebesse que Deus, diferentemente de baal, tem domínio sobre toda a natureza também. Este acontecimento, assim como em outros casos detectados na Bíblia, vem acompanhado de finalidades bem definidas, como veremos a seguir.
Disciplinar a nação. A disciplina divina para seu povo é uma forma amorosa de reconduzi-lo à retidão, à adoração sacra e a uma vida de amor e reverência. Por meio da correção, pretende Elias mostrar a Acabe, dentre outras coisas
“Que Jehová, a quem ele havia abandonado, era o Deus de Israel; que era um Deus vivo, não como os deuses que Acabe adorava, que eram ídolos mudos e mortos; que o mesmo (Elias) era um servo de Deus em missão, um mensageiro enviado por Ele; que, apesar da atual prosperidade e paz do reino de Israel, Deus estava enjoado com eles por causa de sua idolatria e ia castigar-lhes com a falta de chuva, com que se lhe mostraria a impotência deles e a insensatez de quem havia deixado o Deus vivente para prestar serviço de adoração a deuses que não podiam fazer nem bem nem mal; fazer saber a Acabe o poder que Deus pôs na palavra do próprio Elias: “não haverá chuva... senão por minha palavra” (Gonçalves, 2012, p. 38).
Revelar a divindade verdadeira. Gonçalves, (2012) afirma que a seca proferida por Elias criou um terreno propício para que os profetas de baal, seus sacerdotes assim como os demais servidores pudessem ser desafiados e dessa maneira permitir que o poder de Deus fosse evidenciado, como de fato ocorreu, para a glória do nome do Senhor dos céus.
Endurecimento ou arrependimento. “É interessante observarmos que o julgamento de Deus produziu efeitos diferentes sobre a casa de Deus e o povo.” (Gonçalves, 2012, 1º trimestre, p. 20). Os efeitos surtidos em Acabe, Jezabel e o povo, foram bastante diferentes. Ao passo que o rei e sua esposa endureceram ainda mais seu coração, houve um grande quebrantamento entre o povo que presenciou o que houvera da parte de Deus, quando do desafio ocorrido no Monte Carmelo.
Conclui-se então, desse episódio, que Deus tem propósitos bem claros com aqueles que o serve. Desse modo, não há espaço para o coxear em dois pensamentos, o que representa estar com o coração dividido entre Deus e o mundo. O cristão precisa estar consciente do seu chamado e da missão a ele dada, para que o nome do Deus que o alistou, seja exaltado em todas as extremidades da terra. Não restou ao criador outra alternativa que não fosse fazer seu povo passar pela sequidão em seu aspecto literal, para que viessem a se voltar para o seu Deus.Nos dias de hoje não é diferente. O povo de Deus não pode perder o foco principal que é a busca constante de uma vida de santidade e de adoração sincera àquele que está acima de todas as coisas e que revela seu infinito amor, mesmo quando pensamos que não nos vê.
Referências bibliográficas:
GONÇALVES, José. A longa seca sobre Israel. In: Lições bíblicas para a Escola Dominical. 1º trimestre de 2013. Rio de Janeiro, CPAD.
GONÇALVES, José. Porção dobrada. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
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