LIÇÃO 5 - 04/11/2012
Edilson Moraes
Texto bíblico:
Obadias 1.1-4,15-18
"Porque o dia do Senhor está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça." (Ob. 1.15)
Estrutura da Lição
I A soberania de Deus
II O Livro de Obadias
III Edon, o profano
IV A retribuição divina
O tema tratado no livro de Obadias é a reprovação que o profeta faz em relação aos edomitas, por causa de seu orgulho por se regozijarem pelas desgraças ocorridas a Jerusalém.
Os edomitas eram descendentes de Esaú, irmão de Jacó. Por causa do desentendimento entre ambos com a venda da primogenitura que por direito pertencia a a este último, por um guisado, as duas famílias ficaram em uma situação conflituosa, ocasionando problemas sérios para ambos. Neste particular, Deus trata com Edom, exortando-o por causa de seu orgulho. Gabavam-se de sua auto-suficiência, por habitarem em regiões rochosas, ao tempo que alegravam-se por ver a desgraça do povo de Deus e por vezes ajudaram os exércitos inimigos contra Israel, inclusive tomando dos despojos do povo. Logo, estamos falando de um povo de caráter mau, que não mede as consequências de suas atitudes e não se apieda sequer dos seus parentes.
Pelos registros que temos não há como determinar, com precisão a data ou em que reinado Obadias profetizou. É mencionado apenas que foi num momento em que os edomitas se regozijaram com a invasão de Jerusalém. Como não há evidências sobre de qual invasão o profeta se refere, citaremos as cinco grandes invasões contra a cidade santa. (01) a de Sisaque, rei do Egito no ano de 926 a.C., durante o reinado de Roboão (1 Re 14.25,26); (02) a dos filisteus e Árabes durante o reinado de Jorão, entre 848 e 841 a.C. (2 Cr 21.16,17); (03) a do rei Joás de Israel no reinado de Amazias, em 790 a.C. (2 Re 14.13.14); a de Senaqueribe, rei da Assíria, no reinado de Ezequias, em 701 a.C. (2 Re 18.13); e (05) a dos babilônios entre 605 e 586 a.C. (2 Re 24;25). Por conta das expressões "forasteiros" e "estranhos" utilizadas pelo profeta em seu livro (v. 11), acredita-se que a profecia pode ter conexão com a segunda ou quinta invasão, descartando-se esta última porque era comum aos profetas ao se referir à destruição de Jerusalém como sendo Nabucodonosor. Resta portanto, como sendo a mais provável de todas as cinco, a segunda invasão, em 848 e 814 a.C.
A respeito do livro de Obadias, alguns pontos relevantes são tratados, conforme veremos a seguir:
(I) Queda de Edom de sua posição de fortaleza, v. 1-9. "E os teus valentes, ó Temã, estarão atemorizados, para que do monte de Esaú seja cada um exterminado pela matança (v. 9)." Há um engano recorrente entre as nações que se concebem poderosas: pensar que nunca será abalada. Ledo engano. Nenhum reino humano possui estruturas tão sólidas que lhe garanta a perpetuação. O maior dos impérios foi o romano. Se estendeu de forma espetacular. Nenhum outro se iguala em conquista e força. Todavia, teve que ceder para outro. O coração do homem é vaidoso e nessa vaidade acaba por esquecer-se que apenas ao todo-poderoso, Senhor Supremo pertence a soberania e o domínio eternos.
(II) Orgulho, a causa da condenação de Edom, vv. 10-14. "Mas tu não devias olhar com prazer para o dia de teu irmão no dia do seu desterro, nem alegrar-te sobre os filhos de Judá no dia da sua ruína, nem falar arrogantemente no dia da tribulação (v. 12)." A parábola do bom samaritano é um exemplo clássico de que Jesus orienta a seus discípulos que socorrer ao que está em apuros, a exemplo do homem espancado pelos salteadores e abandonado no caminho, é um dever do cristão. Nesses dias em que estamos vivendo, as pessoas e posso incluir nessa lista os que se dizem cristãos, estão agindo em pé de igualdade com os edomitas, com o sacerdote e fariseu citados por Jesus, ao se negar soberbamente a socorrer aos aflitos. Os filhos de Edom foram severamente cobrados por esta causa.
O povo de Deus não pode, sob nenhuma hipótese esquecer-se de que é extremamente necessário que exalemos o cheiro suave de Cristo, como disse Paulo, para que dessa forma o mundo veja em nós, transformação de fato, mediante o efeito maravilhoso da palavra de Deus.
(III) O juízo de Deus sobre Edom, vv. 15, 16. "Porquanto o dia do Senhor está perto, sobre todas as nações, como tu fizeste, assim se fará contigo; o teu feito tornará sobre a tua cabeça. Pois como vós bebestes no meu santo monte, assim beberão de contínuo todas as nações; sim, beberão e sorverão, e serão como se nunca tivessem sido.'' Neste particular, o Senhor por meio do profeta Amós alerta aquela nação sobre o que haveria de vir em recompensa por seu comportamento agressivo com seus familiares, conforme apontado anteriormente.
Aproveito este diálogo para pontuar uma coisa que julgo ser interessante discutirmos dentro desse contexto. Deus não é vingativo. O que mais vemos acontecer é o homem confundir a justiça de Deus que é um dos elementos inalteráveis da sua natureza, com ações de vingança. A Bíblia nos diz que tudo o que o homem plantar, isso ele ceifará. Sendo assim, quando Ele permite que uma nação se levante e submeta pela espada o seu povo, por exemplo, o Senhor está exercendo a justiça, ou seja aquele acontecimento está sendo a consequência de um comportamento leviano, do qual Deus, em sua Palavra está continuamente advertindo.
Um outro aspecto a ser analisado está relacionado ao que chamaria de julgamento ou condenação indireta. É quando na minha opinião, ao sermos ofendidos afirmamos seguramente: entrego na mão de Deus. Implicitamente é o mesmo que dizer: eu não posso me vingar porque sou crente, mas Deus vai fazer a vingança por mim. Pelo que sei não é este o modelo de cristianismo que Cristo implantou durante todo o seu ministério terreno e aconselhou que devemos perdoar até os nossos inimigos. Portanto, irmãos, não coloquemos Deus em situações embaraçosas. Ele não se contradiz, nem tampouco opera onde haja qualquer tipo de contradição.
(IV) Superioridade final de Israel, vv. 17-21.
Estes versículos apontam para o triunfo de Israel (Jacó) sobre seus inimigos, na figura das nações que se levantaram contra o povo escolhido. Refere-se a um acontecimento já para aqueles dias, como forma de punir os edomitas e deixar claro que não é aconselhável mexer com o povo eleito do Senhor, e, ao mesmo tempo, digo, aponta para o período escatológico em que a nação israelita estará acuada no Vale do Armagedon e segundo a descrição bíblica o próprio Senhor Jesus descerá e fulminará os seus adversários com a espada da sua boca.

Uma questão para se pensar: Edom, por ser filho de Esaú (logo é sobrinho de Jacó) - porventura não estaria inserido na proposta da aliança perpétua feita por Deus a Abraão? Como compreender que agora são tratados como inimigos do Senhor? Vejamos então. Uma das coisas de que não devemos nos esquecer é que Deus responde de acordo com suas vontades perfeita e a permissiva. Ainda que de modo genérico, poderia dizer que a vontade perfeita corresponde ao que Ele planejou desde a eternidade para a humanidade, em sua plenitude e perfeição. A vontade permissiva está atrelada ao princípio do livre arbítrio. O que quero dizer é que de fato o pacto contempla toda a casa abraâmica, todavia nem todos os filhos de Abraão aderem a esta aliança. E isto o fazem utilizando-se da liberdade que todos temos para decidirmos se e quando queremos andar com Deus ou com o diabo.
Só para reforçar, estas palavras foram dirigidas diretamente ao povo de Israel a nação eleita por Deus para ser representante oficial, por assim dizer da figura divina na terra.
Concluo esta simples reflexão com a certeza de que o estudo do livro de Obadias é no mínimo uma oportunidade dada a cada um de nós para reforçar a ideia de que Deus não é injusto nem vingativo quando pune; que respeita a decisão pessoal da humanidade tendo como respaldo a aplicação do livre arbítrio, mesmo que tal iniciativa a conduza a consequências nefastas; que o amor de Deus se estende a todos os homens. Ele não tem prazer no sofrimento e perdição da alma humana. Porém, não compete ao Criador forçar as pessoas a buscarem o próprio bem. Aponta caminhos como vimos na citação acima, competindo a cada indivíduo decidir que modelo de vida pretende viver em sua breve e momentânea passagem por aqui. "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo, Ap. 3.20."
Referências:
Disponível: www.google.com.br/imgres?start=378&num=10&um. Acesso: 02/11/2012.
Disponível: www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm.Acesso:02/11/2012
PFEIFFER, Charles F; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Antigo e Novo Testamento. Versão Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
*SOARES, Ezequias. Jonas: A misericórdia divina. In...Os Doze Profetas Menores. Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2012
*Pode ser alterado.
Aproveito este diálogo para pontuar uma coisa que julgo ser interessante discutirmos dentro desse contexto. Deus não é vingativo. O que mais vemos acontecer é o homem confundir a justiça de Deus que é um dos elementos inalteráveis da sua natureza, com ações de vingança. A Bíblia nos diz que tudo o que o homem plantar, isso ele ceifará. Sendo assim, quando Ele permite que uma nação se levante e submeta pela espada o seu povo, por exemplo, o Senhor está exercendo a justiça, ou seja aquele acontecimento está sendo a consequência de um comportamento leviano, do qual Deus, em sua Palavra está continuamente advertindo.
Um outro aspecto a ser analisado está relacionado ao que chamaria de julgamento ou condenação indireta. É quando na minha opinião, ao sermos ofendidos afirmamos seguramente: entrego na mão de Deus. Implicitamente é o mesmo que dizer: eu não posso me vingar porque sou crente, mas Deus vai fazer a vingança por mim. Pelo que sei não é este o modelo de cristianismo que Cristo implantou durante todo o seu ministério terreno e aconselhou que devemos perdoar até os nossos inimigos. Portanto, irmãos, não coloquemos Deus em situações embaraçosas. Ele não se contradiz, nem tampouco opera onde haja qualquer tipo de contradição.
(IV) Superioridade final de Israel, vv. 17-21.
E a casa de Jacó será um fogo, e a casa de José uma chama, e a casa de Esaú restolho; aqueles se acenderão contra estes, e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú; porque o Senhor o disse.Ora, os do Negebe possuirão o monte de Esaú, e os da planície, os filisteus; possuirão também os campos de Efraim, e os campos de Samária; e Benjamim possuirá a Gileade.Os cativos deste exército dos filhos de Israel possuirão os cananeus até Zarefate; e os cativos de Jerusalém, que estão em Sefarade, possuirão as cidades do Negebe.Subirão salvadores ao monte de Sião para julgarem o monte de Esaú; e o reino será do Senhor.
Estes versículos apontam para o triunfo de Israel (Jacó) sobre seus inimigos, na figura das nações que se levantaram contra o povo escolhido. Refere-se a um acontecimento já para aqueles dias, como forma de punir os edomitas e deixar claro que não é aconselhável mexer com o povo eleito do Senhor, e, ao mesmo tempo, digo, aponta para o período escatológico em que a nação israelita estará acuada no Vale do Armagedon e segundo a descrição bíblica o próprio Senhor Jesus descerá e fulminará os seus adversários com a espada da sua boca.
Uma questão para se pensar: Edom, por ser filho de Esaú (logo é sobrinho de Jacó) - porventura não estaria inserido na proposta da aliança perpétua feita por Deus a Abraão? Como compreender que agora são tratados como inimigos do Senhor? Vejamos então. Uma das coisas de que não devemos nos esquecer é que Deus responde de acordo com suas vontades perfeita e a permissiva. Ainda que de modo genérico, poderia dizer que a vontade perfeita corresponde ao que Ele planejou desde a eternidade para a humanidade, em sua plenitude e perfeição. A vontade permissiva está atrelada ao princípio do livre arbítrio. O que quero dizer é que de fato o pacto contempla toda a casa abraâmica, todavia nem todos os filhos de Abraão aderem a esta aliança. E isto o fazem utilizando-se da liberdade que todos temos para decidirmos se e quando queremos andar com Deus ou com o diabo.
Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. Se guardares o mandamento que eu hoje te ordeno de amar ao Senhor teu Deus, de andar nos seus caminhos, e de guardar os seus mandamentos, os seus estatutos e os seus preceitos, então viverás, e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que estás entrando para a possuíres.Mas se o teu coração se desviar, e não quiseres ouvir, e fores seduzido para adorares outros deuses, e os servires, declaro-te hoje que certamente perecerás; não prolongarás os dias na terra para entrar na qual estás passando o Jordão, a fim de a possuíres.
Só para reforçar, estas palavras foram dirigidas diretamente ao povo de Israel a nação eleita por Deus para ser representante oficial, por assim dizer da figura divina na terra.
Concluo esta simples reflexão com a certeza de que o estudo do livro de Obadias é no mínimo uma oportunidade dada a cada um de nós para reforçar a ideia de que Deus não é injusto nem vingativo quando pune; que respeita a decisão pessoal da humanidade tendo como respaldo a aplicação do livre arbítrio, mesmo que tal iniciativa a conduza a consequências nefastas; que o amor de Deus se estende a todos os homens. Ele não tem prazer no sofrimento e perdição da alma humana. Porém, não compete ao Criador forçar as pessoas a buscarem o próprio bem. Aponta caminhos como vimos na citação acima, competindo a cada indivíduo decidir que modelo de vida pretende viver em sua breve e momentânea passagem por aqui. "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo, Ap. 3.20."
Referências:
Disponível: www.google.com.br/imgres?start=378&num=10&um. Acesso: 02/11/2012.
Disponível: www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm.Acesso:02/11/2012
PFEIFFER, Charles F; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Antigo e Novo Testamento. Versão Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
*SOARES, Ezequias. Jonas: A misericórdia divina. In...Os Doze Profetas Menores. Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2012
*Pode ser alterado.
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