Objetivos:
- Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Jonas.
- Conhecer o atributo da misericórdia divina.
- Conscientizar-se da perenidade da misericórdia de Deus.
Texto bíblico:
Jonas 1.1-3,15,17; 3.8-10; 4.1,2
I O livro de Jonas
II O grande peixe
III A misericórdia divina
IV A justiça humana
De acordo com o dicionário Wycliffe Jonas era filho de Amitai, de
Gate-Hefer em Zebulom, o qual profetizou a restauração das fronteiras de
Israel, que se cumpriu durante o reinado de Jeroboão II em 782-753 a.C.,
conforme 2 Rs 14.25.
Nínive se tornou a capital da Assíria durante o reinado de
Senaqueribe em 705-681 a.C.). Antes disso, Outros reis a exemplo de
Assurbanipal II e Salmanaser III já haviam se estabelecido ali fixando
residência durante algum tempo de seu reinado construindo palácios, templos e
edifícios públicos.
Os ninivitas, uma população de aproximadamente 120.000 habitantes era
inimiga ferrenha dos hebreus, devido a conflitos constantes que eram comuns
entre as nações de então que usavam a guerra para a conquista de terras e
domínio dos povos.
Os registros históricos revelam que os assírios eram um povo muito
cruel, impiedoso e sem demonstração de sentimento humano diante de seus
inimigos. Há quem diga, inclusive que se vangloriavam de tirar a pele de seus
adversários ainda com vida ao ser capturados após os confrontos. Era esta uma
forma de intimidar, como de fato muitas nações temiam e tremiam ao ouvir da
fama dos assírios com seus opositores.
Pelos relatos que temos a respeito do comportamento de Jonas, ao receber
a incubência de pregar à Nínive, ele não queria fazê-lo pelo simples fato de
saber que poderiam se arrepender e alcançar o perdão divino. Pelo menos em dois
momentos isto aparece de forma bastante clara. Primeiro, quando decide tomar o
caminho diferente, pegando o navio em direção totalmente oposta ao que Deus o
havia enviado. Segundo, quando da pregação, percebe a oportunidade que o Senhor
está concedendo ao povo e este, por sua vez, demonstra interesse em se
arrepender de seus pecados. De repente, encontra-se o profeta revoltado com
Deus, por causa dos ninivitas.
O que se pode notar no livro de Jonas, dentre outras coisas
interessantes é que Deus tinha como propósito mostrar ao seu povo - que estava
num período de renascimento nacional, que Ele continuava amando as demais
nações. Embora vivessem sob a égide do pecado, cometendo as mais severas
transgressões que se possa imaginar, ainda eram vistos como almas preciosas para
o Reino de Deus. Embora fossem adoradores de deuses pagãos, que escravisam
muito mais que libertam a exemplo de moloque das demais nações, de Diana dos
efésios e tantos outros que vão surgindo no decorrer da história, Ele espera a
chance de ser o seu Deus e a oportunidade de mostrar o quanto os ama
incondicionalmente.
Um dos graves equívocos cometidos pelos judeus foi alimentar a
ideia de que apenas a sua descendência poderia desfrutar das misericórdias de
Deus. Que o fato de ser filhos da promessa lhes dava o privilégio de travar a
porta da salvação aos demais povos, seus contemporâneos e até as gerações
futuras.
Contextualizando com os nossos dias, o que dizer daqueles que de uma
forma ou de outra tentam estabelecer limites para a operosidade divina? Como
encarar a realidade cruel de um povo que debaixo de uma religiosidade supérflua
esconde-se nas cortinas da superficialidade e hipocrisia para justificar
atitudes anti-cristãs? Até quando a Igreja moderna resistirá a homens amantes
de si mesmos, presunçosos, arrogantes que pautam sua vida mais no ter em
detrimento do ser? Estes, a exemplo do ocorrido na Idade Média, em especial no
auge da Inquisição, camuflam suas práticas abomináveis dizendo ser em defesa e
com o aval do criador.
Existem muitos Jonas espalhados por aí a fora. Deixam de evidenciar o
amor, a compaixão e a misericórdia do Senhor para a humanidade. Ao invés disso,
apoderam-se dos púlpitos para exalar suas vaidades, arrogâncias, prepotências e
o autoritarismo nas mais variadas modalidades. Sentem-se os donos da verdade;
não costumam ouvir opiniões, principalmente se estas não forem de acordo com os
seus intentos e se há quem insista, este logo é taxado de rebelde e crente sem
humildade. Os Jonas dos dias atuais, seguindo o exemplo do antigo, estão muito
mais preparados para condenar do que para livrar. Condenam as crianças porque
são barulhentas e inquietas; condenam a mocidade porque só pensa em pecar;
condenam os velhinhos porque já não têm mais nenhum vigor, portanto só tomam
espaço e dão trabalho; condenam os pobres porque são fedidos e nus. Sendo assim, em nada podem ajudar. Imaginam que a Igreja precisa de uma classe que possa lhe dar
sustentabilidade econômica e moral social suficientes para se manter como a
detentora da salvação. De igual modo, os Jonas atuais não sabem separar
religiosidade de vida com princípios cristãos embasados na palavra de Deus.
Para os tais, a vida cristã limita-se ao ir e vir ao templo como forma de
atestar a fé, como se isto fosse fundamento ou princípio para a comprovação de
que Deus opera na vida de seus membros. Por sua vez, tais religiosos esquecem-se de
que a Bíblia afirma que é por intermédio dos frutos que se conhece se uma
árvore é boa ou má. Erradamente, costumam avaliar o cristão pelas aparências.
Quanto engano! Se Deus assim o fizesse, jamais teria escolhido a Davi para se tornar o Rei de Israel. Por si só este exemplo já é
suficiente.
Pois bem. Deus provou a Jonas que a pregação é poderosa para conduzir o
homem a arrepender-se de suas transgressões. Por outro lado, o perdão divino
está ao alcance de todos os que o buscam com sinceridade. Não há nenhum
contentamento em Deus que os seres humanos vivam uma vida de fingimento,
aparências e ilusões. Ele busca corações sinceros e quer levantar uma geração
de homens e mulheres que tenham a capacidade de viver uma vida cristã de
verdade e que isto implique sobretudo em princípios que nos conduzam a
respeitar, amar, compreender, e se possível morrer por nosso irmão. Ou seja, não
nos poupar para ajudar aos que mais necessitam de nós.
Não podemos continuar ou
nos conformar em sermos religiosos. Destes, o mundo já está abarrotado. Não
temos o direito de usar a Bíblia como amuleto ou pior ainda, como instrumento
de tortura psicológica para demonstrarmos domínio e poder sobre nenhum ser humano. Mesmo porque se dermos uma olhada atenta nas escrituras sagradas veremos que é exatamente o fato de agimos humanamente com a humanidade que nos torna seres humanos próximos de Deus. Glória seja dada ao nome de Jesus! Infelizmente Jonas não demonstrou esse sentimento. Preferiu que aquele povo fosse condenado
Finalmente, amados, oremos por uma reforma na Igreja de nossos dias. Ela
ainda traz alguns aspectos negativos da Idade medieval, os quais ainda hoje
servem de vergonha para o mundo de então. Peçamos a Deus que levante entre o
seu povo que se chama pelo seu nome, pastores, obreiros e grandes líderes
dispostos a confrontar o pecado, as elites e todo o pensamento arcaico que tem
impedido o avanço do cristianismo sadio e genuíno neste milênio.
Referências
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&cp=5&gs_id=k&xhr=t&q=ninive&bav
PFEIFFER, Charles F; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
*SOARES, Ezequias. Jonas: A misericórdia divina. In...Os Doze Profetas Menores. Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2012
*Pode ser alterado.
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