FILADÉLFIA (Parte 1)

As marcas da Noiva do Cordeiro.

Por: Edilson Moraes

"Conheço as tuas obras. Eis que tenho colocado diante de ti uma aberta que ninguém pode fechar; tens pouca força, mas obedeceste à minha Palavra e não negaste o meu Nome".

Foram sete cartas destinadas às sete igrejas da Ásia. Sete mensagens distintas e uma finalidade em comum: mostrar a situação espiritual da igreja daqueles dias, bem como as consequências do estado que se encontravam. 

Se por um lado as cartas remetem a uma advertência para aquelas igrejas, por outro, entendemos que ao mesmo tempo é uma mensagem para os dias atuais, tendo em vista que o texto sagrado é atemporal.

Alguns pontos sobre essa igreja merecem nossa especial. Esses aspectos referendam a fé consistente da igreja em relação ao seu salvador.

A igreja de Filadélfia é um referencial para os seus dias em razão de sua postura diferenciada das demais. Para começo de conversa, ela era uma igreja viva. 

Diferentemente do anjo de Sardes que "tens fama de estar vivo, mas de fato, estás morto". A igreja viva resplandece nas trevas, combate o pecado e não se contamina. Mesmo perseguida e em desvantagem em relação aos demais, permanece combativa.

Outro ponto positivo relacionado a essa igreja é que ela é fervorosa. O que levou o anjo de Laodicéia receber severa advertência da parte do Senhor Jesus foi o fato de que era morno "...sei que não és frio nem quente". Deduz-se que a igreja pode ser quente ou fria, jamais "morna". 

Possivelmente a mornidão de que trata o texto tem a ver com o conformismo espiritual tão comum em nossos dias. Relaciona-se a um estado de dormência que leva o crente a perda de forças para rejeitar o pecado. 

Por ser quente, Filadélfia mantém-se no patamar de santidade desejado por Deus, para todos os crentes salvos. Também é possível compreender que ser quente é viver o avivamento genuíno cotidianamente. 

O crente fervoroso não depende de culto festivo nem tipo de pregador para ser avivado. Ele simplesmente é motivado em todos os momentos quer no frio, quer no calor a adorar a Deus com sua vida e ações. 

O avivado não vai ao templo apenas no intuito de receber, mas sobretudo de levar algo para oferecer ao Senhor. Ele tem prazer permanente em estar na igreja e, na condição de discípulo, obedecer à palavra que nela é ensinada.

Filadélfia traz em si a marca do primeiro amor. O anjo da igreja de Éfeso havia perdido esta característica de vital importância ao fiel "Tenho, porém, contra ti que deixaste tua primeira caridade". 

É pertinente a concepção de que neste particular, o Senhor se refere ao amor de modo geral. Do ponto de vista específico, aparenta se tratar do amor fervoroso do início da fé. O texto não diz que a igreja deixou de amar. O que parece ser é que já não é mais o amor de outrora. 

A noiva de Cristo cuida para preservar a essência do amor em uma situação de constância. Ela não perde a esperança de se encontrar com o seu noivo, ainda que ele tarde em vir buscá-la. 

Dentre as noivas retratadas por Salomão, uma chamou-lhe a atenção em razão de que enquanto as demais tinham suas vestes nupciais salpicadas com o vinho no momento em que pisavam as uvas, ela mantinha suas vestes sempre alvas. 

Ao ser questionada sobre isso, responde que todas as vezes que o vinho respingava em suas vestes, corria ao tanque para se lavar, porque não queria que com a chegada repentina do noivo, a encontrasse manchada. 

A manutenção da vida espiritual da igreja assegura-lhe espera amorosa por Cristo. Ele nos prometeu que em breve vem nos buscar para estarmos com ele eternamente.