Quando o tecnicismo toma o lugar da unção.
"E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas" (At 2.40)
Por: Edilson Moraes
A exposição da Palavra de Deus por meio da pregação de impacto ou como alguns costumam chamar de "pregação explosiva" é muito utilizada no meio cristão e tem como objetivo chamar a atenção dos ouvintes pela intrepidez e eloquência com que é realizada. Nada de anormal nisso, desde que o orador obedeça os critérios da homilética. Ultimamente tenho observado que alguns pregadores estão utilizando em suas preleções mecanismos que no mínimo causam certa estranheza e dúvidas entre seus ouvintes. Esses recursos são aplicados de modo tal que quase passam imperceptíveis. Tais mensagens têm todos os indicativos de que seu interlocutor almeja a exaltação do nome de Deus, mas não é isso que se nota, quando analisado com um pouco mais de curiosidade.
A maneira como a exposição é feita deixa nas entrelinhas a sensação de que na verdade o objetivo é a auto-satisfação ou realização pessoal. Evidencia-se a todo o instante uma necessidade inconsciente/consciente de o preletor sentir-se aceito pela platéia, naquilo que está transmitindo a esta. Prova disso, são as frases de efeito utilizadas reiteradas vezes, como forma de manter o público em sintonia e no caminho do alcance dos objetivos estabelecidos para este fim.
E isso é tão corriqueiro que quase não é notado até mesmo pelos olhares mais curiosos. Mecanicamente, as pessoas são induzidas a demonstrar aceitação ao que está sendo exposto pelo ministrante. É um tal de 'vira para cá', 'cutuca dali', 'sacode acola', que ao término do culto as pessoas sequer sabem qual mensagem foi passada ou qual o texto bíblico lido no começo da exposição.
Soma-se a essa babel generalizada a gritaria ensurdecedora - propositalmente motivada pelo pregador, o qual mede a receptividade de sua mensagem pelo "barulho das águas". É fato que quando a palavra toca mesmo, não há crente que resista. Isto é normal e até bom que ocorra sempre. Desde que a movimentação seja efetivamente pela ação do Espírito Santo e não pela força do homem. E mais: "(...)faça-se tudo decentemente com ordem", para louvor do nome de Deus. O problema é quando o ministrante se comporta como se todos estivessem com insuficiência auditiva. Os que assim o fazem esquecem que têm em suas mãos um microfone e que a função deste é exatamente facilitar a comunicação em público evitando que se fale aos 'berros'.
É muito comum encontrarmos preletores que durante suas prédicas chamam a atenção da igreja de várias maneiras alegando que isto é para que 'o nome de Jesus seja glorificado' - será que é mesmo? Verdadeiramente, o que parece ser é que querem se autoafirmar perante o público a quem se dirigem. Frases do tipo: "dá glória a Deus, não fique de boca fechada" são típicas de mensagens egocêntricas, em que o homem direciona para si as atenções a todo custo.
Os mecanismos apontados anteriormente e muitas vezes reforçados com teatrismos extravagantes via golpes de caratê, Kong-fu e tantos outros utilizados com frequência pelos 'modernos' oradores apontam nitidamente para a excentricidade.
Ainda que aparentemente demonstre estar sob a unção do Espírito Santo, esses artifícios culminam apenas em ruídos metálicos que em nada edificam. Ao que parece, os adeptos de tais coisas não dedicam tempo à oração, leitura bíblica e jejum para que possam receber da parte de Deus a mensagem que Ele quer transmitir ao seu povo.
Dado o tamanho do vazio em que vivem, se realizam ao levar seus ouvintes a orbitarem em torno de uma mensagem sem pé nem cabeça. Militam a favor da auto glorificação. Neste caso, o nome de Deus é posto apenas como pano de fundo.
Partindo para a perspectiva bíblica, sabemos que a Palavra de Deus é poderosa em si mesma, não havendo necessidade de qualquer tipo de manipulação para que alcance o fim para o qual foi destinada. Quando aplicada obedecendo-se os princípios básicos de sua explanação, a aceitação pelos que a ouvem é inevitável e ocorre da maneira mais natural possível. Ela penetra a alma dos que a ouvem. Ao chegar no coração quebrantado e contrito a Deus, produzirá um efeito tão extraordinário que será impossível não haver reconhecimento, manifestação de gratidão e louvor por parte do seu receptor. Se isto não acontecer, certamente a limitação está no homem. Ansiedade e sentimento culposo são alguns dos fatores que impedem a alegria do crente na presença de Deus. Atitudes pecaminosas geram tristeza na alma e bloqueiam o mover do Espírito Santo.
Nos relatos da igreja primitiva aparecem alguns dados que nos permitem compreender como identificar uma boa mensagem - aquela que apresenta a Cristo como o centro. Logo, é inteiramente cristocêntrica. Vejamos como Paulo, Pedro, Filipe, Estêvão e tantos outros se comportaram em suas prédicas, sempre com muita ousadia, intrepidez e acima de tudo com muita autoridade dada por Deus. Em nenhum momento o "EU" desses grandes expositores da história cristã, obteve destaque.Uma mensagem inspirada pelo Espírito Santo.
A ação do Espírito Santo na vida do pregador é vital para que este tenha êxito em suas preleções. Muitos têm deixado de buscar a sua constante presença. Por isso apresentam-se vazios, atuando de forma natural e superficialmente. Estes, por sua vez geralmente confiam no conhecimento meramente humano. Daí suas prédicas serem tão enfadonhas. Isso quando não ocorre de se perder na sequência da mensagem, mudando de rumo o tempo inteiro, o que na maioria das vezes os obriga a recorrem a procedimentos que estão mais para enchimento de linguiça do que qualquer outra coisa.Uma mensagem pautada na Bíblia Bíblia Sagrada.
Quando o pregador entende que a Bíblia é a fonte inesgotável de conhecimento e que por isso não deve transitar apenas em sua superfície, antes deve mergulhar às suas profundezas mais extremas, este não se conforma com uma mensagem 'oca', incompleta e muitas vezes descontextualizada. A Palavra de Deus nos constrange a obedecer-lhe e a reconhecer o senhorio de Cristo sobre nós.
É lamentável que muitos dos ditos pregadores sejam apáticos à ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL. É de bom tom que aqueles que manuseiam as sagradas escrituras e ocupam as tribunas para pregar, que o façam com o máximo de responsabilidade e zelo. A EBD é o ambiente propício para que esta noção seja aflorada em nós cristãos, de modo específico aos que ministram.
Uma mensagem cristocêntrica requer esvaziamento do 'EU'. Jesus Cristo é o centro de toda a Bíblia Sagrada. Para que Ele apareça do modo como deve ocorrer, obrigatoriamente o eu que opera em nós tem que sumir do cenário. É por meio dEle que recebemos gratuitamente a salvação da nossa alma. Seu sangue inocente foi derramado por nós na cruz.
Quando a mensagem é de fato centrada em Cristo, o pregador não necessita empenhar nenhum esforço para ver o povo se alegrar na presença de Deus. As diversas reações que podem ocorrer são extremamente voluntárias e regidas pelo Espírito Santo de Deus, o qual tem toda a liberdade entre seus servos para agir conforme o seu querer, mediante cada um vai dando espaço dentro do entendimento da vontade pessoal e da liberdade individual. E isto é resultado de uma adoração inteligível oferecida a Deus por corações verdadeiramente adoradores.
Assim sendo, faz-se desnecessária a intervenção do homem para gerar motivação entre os ouvintes. Afinal, a alegria espiritual vem do Senhor pela exposição da Palavra, fazendo com que os receptores automaticamente devolvem a Ele a glória que lhe é devida. Vejamos o que ocorreu quando da inauguração do templo erguido por Salomão (2 Cr. 5.13 e 14; 7.1-3). Em momento algum o povo e os sacerdotes foram instigados por Salomão para agirem daquela maneira. O simples fato de a glória do Senhor descer sobre aquele lugar, enchendo toda a casa foi o suficiente para que encurvassem o rosto em terra, adorando e bendizendo a Deus "porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre.

O pregador precisa focar na mensagem da cruz para que os corações sejam tocados pelo Senhor e cheguem ao entendimento da vontade de Deus para suas vidas. O egoísmo é uma das manifestações humanas que precisa ser dominado para que prevaleça a glória de Cristo sobre seus servos.
Portanto, pregadores que se utilizam de subterfúgios para convencer seus ouvintes demonstram que são inseguros e despreparados, ao tempo em que querem oferecer aquilo que não possuem para manter seu status e ostentação.
O povo de Deus não precisa de "enchedores de linguiça" que se dizem pregadores. Estes, atiram para todos os lados em suas mensagens, na tentativa de acertar o alvo. Enganam-se estes supondo que o povo não percebe seus truques baratos ventilados de um canto a outro, sem achar apoio em que possam se equilibrar.
Se é válido um conselho aos que assim se comportam, digo que preguem a Palavra com "ousadia". Mas que isso ocorra com humildade, entendimento e responsabilidade. De modo especial, que o Espírito Santo seja efetivamente o agente motivador de todos os acontecimentos durante a pregação. Assim sendo, grandes serão as bênçãos celestiais sobre todo o povo do Senhor.
Partindo para a perspectiva bíblica, sabemos que a Palavra de Deus é poderosa em si mesma, não havendo necessidade de qualquer tipo de manipulação para que alcance o fim para o qual foi destinada. Quando aplicada obedecendo-se os princípios básicos de sua explanação, a aceitação pelos que a ouvem é inevitável e ocorre da maneira mais natural possível. Ela penetra a alma dos que a ouvem. Ao chegar no coração quebrantado e contrito a Deus, produzirá um efeito tão extraordinário que será impossível não haver reconhecimento, manifestação de gratidão e louvor por parte do seu receptor. Se isto não acontecer, certamente a limitação está no homem. Ansiedade e sentimento culposo são alguns dos fatores que impedem a alegria do crente na presença de Deus. Atitudes pecaminosas geram tristeza na alma e bloqueiam o mover do Espírito Santo.
Nos relatos da igreja primitiva aparecem alguns dados que nos permitem compreender como identificar uma boa mensagem - aquela que apresenta a Cristo como o centro. Logo, é inteiramente cristocêntrica. Vejamos como Paulo, Pedro, Filipe, Estêvão e tantos outros se comportaram em suas prédicas, sempre com muita ousadia, intrepidez e acima de tudo com muita autoridade dada por Deus. Em nenhum momento o "EU" desses grandes expositores da história cristã, obteve destaque.Uma mensagem inspirada pelo Espírito Santo.
A ação do Espírito Santo na vida do pregador é vital para que este tenha êxito em suas preleções. Muitos têm deixado de buscar a sua constante presença. Por isso apresentam-se vazios, atuando de forma natural e superficialmente. Estes, por sua vez geralmente confiam no conhecimento meramente humano. Daí suas prédicas serem tão enfadonhas. Isso quando não ocorre de se perder na sequência da mensagem, mudando de rumo o tempo inteiro, o que na maioria das vezes os obriga a recorrem a procedimentos que estão mais para enchimento de linguiça do que qualquer outra coisa.Uma mensagem pautada na Bíblia Bíblia Sagrada.
Quando o pregador entende que a Bíblia é a fonte inesgotável de conhecimento e que por isso não deve transitar apenas em sua superfície, antes deve mergulhar às suas profundezas mais extremas, este não se conforma com uma mensagem 'oca', incompleta e muitas vezes descontextualizada. A Palavra de Deus nos constrange a obedecer-lhe e a reconhecer o senhorio de Cristo sobre nós.
É lamentável que muitos dos ditos pregadores sejam apáticos à ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL. É de bom tom que aqueles que manuseiam as sagradas escrituras e ocupam as tribunas para pregar, que o façam com o máximo de responsabilidade e zelo. A EBD é o ambiente propício para que esta noção seja aflorada em nós cristãos, de modo específico aos que ministram.
Uma mensagem cristocêntrica requer esvaziamento do 'EU'. Jesus Cristo é o centro de toda a Bíblia Sagrada. Para que Ele apareça do modo como deve ocorrer, obrigatoriamente o eu que opera em nós tem que sumir do cenário. É por meio dEle que recebemos gratuitamente a salvação da nossa alma. Seu sangue inocente foi derramado por nós na cruz.
Quando a mensagem é de fato centrada em Cristo, o pregador não necessita empenhar nenhum esforço para ver o povo se alegrar na presença de Deus. As diversas reações que podem ocorrer são extremamente voluntárias e regidas pelo Espírito Santo de Deus, o qual tem toda a liberdade entre seus servos para agir conforme o seu querer, mediante cada um vai dando espaço dentro do entendimento da vontade pessoal e da liberdade individual. E isto é resultado de uma adoração inteligível oferecida a Deus por corações verdadeiramente adoradores.
Assim sendo, faz-se desnecessária a intervenção do homem para gerar motivação entre os ouvintes. Afinal, a alegria espiritual vem do Senhor pela exposição da Palavra, fazendo com que os receptores automaticamente devolvem a Ele a glória que lhe é devida. Vejamos o que ocorreu quando da inauguração do templo erguido por Salomão (2 Cr. 5.13 e 14; 7.1-3). Em momento algum o povo e os sacerdotes foram instigados por Salomão para agirem daquela maneira. O simples fato de a glória do Senhor descer sobre aquele lugar, enchendo toda a casa foi o suficiente para que encurvassem o rosto em terra, adorando e bendizendo a Deus "porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre.

O pregador precisa focar na mensagem da cruz para que os corações sejam tocados pelo Senhor e cheguem ao entendimento da vontade de Deus para suas vidas. O egoísmo é uma das manifestações humanas que precisa ser dominado para que prevaleça a glória de Cristo sobre seus servos.
Portanto, pregadores que se utilizam de subterfúgios para convencer seus ouvintes demonstram que são inseguros e despreparados, ao tempo em que querem oferecer aquilo que não possuem para manter seu status e ostentação.
O povo de Deus não precisa de "enchedores de linguiça" que se dizem pregadores. Estes, atiram para todos os lados em suas mensagens, na tentativa de acertar o alvo. Enganam-se estes supondo que o povo não percebe seus truques baratos ventilados de um canto a outro, sem achar apoio em que possam se equilibrar.
Se é válido um conselho aos que assim se comportam, digo que preguem a Palavra com "ousadia". Mas que isso ocorra com humildade, entendimento e responsabilidade. De modo especial, que o Espírito Santo seja efetivamente o agente motivador de todos os acontecimentos durante a pregação. Assim sendo, grandes serão as bênçãos celestiais sobre todo o povo do Senhor.
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