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quinta-feira, 26 de maio de 2016

A NOVA VIDA EM CRISTO

O viver pautado nas Escrituras Sagradas


Por: Edilson Moraes


“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”   (Rm 11.36).


A nova vida em Cristo consiste em viver fervorosamente a vitória da cruz.

Romanos 12.1-12.


EM RELAÇÃO A MORDOMIA DA ADORAÇÃO CRISTÃ (Rm 12.1,2).

Uma exortação em forma de apelo. "Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional."

"Rogo-vos, pois, irmãos..."

A palavra "rogar" traduz o termo grego parakalô, formado pela preposição grega "para" (ao lado, ao lado de) e "kaleo" (chamar). No grego clássico, essa palavra possuía uso militar e era usa quando um comandante exortava suas tropas. Aqui o apóstolo chama os irmão para perto dele, para ficarem ao lado dele a fim de que possam receber as exortações que lhes dará em seguida (GONÇALVES, 2016, p. 105).

Depois de Paulo haver apresentado os pontos doutrinários acerca da salvação para gentios e judeus, agora se preocupa em exortar a igreja quanto aos deveres dos cristãos (CABRAL, 1998, p. 134).

As doutrinas bíblicas, mesmo aquelas mais complexas, não devem promovera apenas especulações teológicas, mas fomentar no crente a piedade cristã (GONÇALVES, LBM, 2016, P. 64).

Uma palavra concernente ao corpo.

Não há dúvida que Paulo tinha em mente o sistema de sacrifício levítico quando escreveu essas recomendações. Assim como um animal inocente era ofertado como sacrifício na antiga aliança, da mesma forma o cristão devia apresentar seu corpo a Deus. A diferença era que lá a oferta era apresentada morta e aqui a oferta é apresentada viva (GONÇALVES, 2016, p. 105).

O crente deve ter uma paixão sincera por agradar a Deus, no amor, na devoção, no louvor, na santidade e no servir.

(01) Nosso maior desejo deve ser uma vida de santidade, e sermos aceitos por Deus. Para isso, precisamos separar-nos do mundo e aproximar-nos cada vez mais de Deus (v. 2). Devemos viver para Deus, adorá-lo, obedecer-lhe; opor-nos ao pecado e apegar-nos à justiça; resistir e repudiar o mal, ser generosos com o próximo na prática de boas obras, imitar a Cristo, segui-lo, servi-lo, andar na direção do Espírito Santo e ser cheio d'Ele.

(02) Devemos apresentar a Deus, nosso corpo morto ao pecado e como templo do Espírito Santo (BEP, 1995, p. 1721)

Os crente precisam purificar-se de todo pecado, do corpo e do espírito. Fazer isso significa romper totalmente com toda forma de transigência ímpia e resistir, continuamente, aos desejos da carne. Devemos mortificar as ações pecaminosas do corpo, repudiá-las cada vez mais e fugir delas (BEP, 1995, p. 1778 - 1Co 7.1).

Embora o sentimento primordial de "santo" seja separação para serviço, inclui também a ideia de purificação. O caráter de Jeová age sobre tudo que lhe é consagrado. Portanto, os homens os consagrados a Ele participam de sua natureza. As coisa que lhe são dedicadas devem ser limpas. Limpeza é uma condição de santidade, mas não a própria santidade, que é, primeiramente, separação e dedicação (PEARLMAM, 1996, p. 161).

Uma palavra concernente à mente.

"...que é o vosso culto racional"

O termo "racional" é o mesmo que razoável, inteligente, isto é, que saiba o que está fazendo, para que e como está fazendo este culto. Não significa que devamos cultuar a Deus pela nossa mente, mas devemos dispor a nossa mente para que o Espírito Santo dirija e oriente o nosso culto a Deus (CABRAL, 1998, p. 135).

Devemos conformar nossa mente à maneira de Deus pensar (1 Co 2.16; Fp 2.5), mediante a leitura da Palavra de Deus e sua meditação (Sl 119.11, 148; Jo 8.31,32 15.7). Devemos permitir que nossos planos, alvos e aspirações sejam determinados pelas verdades celestiais e eternas e não por este presente século mau, profano e passageiro (BEP, 1995, p. 1721).

EM RELAÇÃO À MORDOMIA DO EXERCÍCIO DOS DONS (Rm 12.3-8).

Exercitá-los com moderação e humildade. -A palavra dons (gr. charismata) que aparece no versículo 6, é a mesma palavra usada por paulo em 1 Coríntios 12.4 em referência aos dons espirituais. O mesmo amor de 1 Coríntios 13, que regulamentou o uso dos dons, deve ser aqui praticado (GONÇALVES, LBM, 2016, P. 66).

Exercitá-los respeitando sua diversidade. Em 1 Co 12.8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes. 

(01) Dom da Palavra da Sabedoria (1 Co 12.8-10). Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua palavra, e pela oração (Tg 1.5,6).

(02) Dom da Palavra do conhecimento. Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias ou de verdades bíblicas. Frequentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia (At 5.1-10; 1 Co 14.24,25).

(03) Dom da fé. Não se trata da fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas.

(04) Dons de curas. Esses dons são concedidos à igreja para a restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30). O plural indica ("dons") indica cura de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus.

(05) Dom de operação de milagres. Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervém nas leis da natureza.

(06) Dom de profecia. É preciso distinguir a profecia aqui mencionada, como manifestação momentânea do Espírito da profecia como dom ministerial na igreja, mencionado em Ef 4.11. Como dom de ministério, a profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros profetas(...). Como manifestação do Espírito, a profecia está potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At 2. 16-18).

(07) Dom de discernimento de Espíritos. Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (1 co 14.29; 1 Jo 4.1).

(08) Dom de Variedades de Línguas. No tocante às "línguas" (gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos: 


a) Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, e.g., "línguas... dos anjos" (1 Co 13.1). A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre é entendida, tanto por quem fala (1 Co 14.14), como pelos ouvintes (1 Co 14.16). O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão faculta ao crente a comunicação direta com Deus (...), expressando-se através do Espírito mais do que da mente (1 Co 14.2,14) e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da atividade da mente (cf. 1 Co 14.2,15,28; Jd 20). 

b) Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (1Co 14.3,27,28). 

c) Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em língua pelo Espírito, nunca fica em "êxtase" ou "fora de controle" (1 Co 14.27,28).

(09) Dom de interpretação de Línguas. Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem interpretada para a igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser uma profecia. Toda congregação pode assim desfrutar dessa revelação vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois toda ela recebe a mensagem (1 Co 14.6,13,26) - (BEP, 1995, p. 1759).

Diante de tão grande sabedoria, a ser conhecida na esfera celestial, e na esfera dos homens, Deus quis propiciar à igreja o acesso a recursos espirituais, tanto para conhecer a ciência de Deus, quanto para demonstrar o seu poder no meio dos homens. 


Se não fossem os dons espirituais, a igreja seria apenas uma instituição meramente humana, uma "associação religiosa sem fins econômicos", por exigência legal. Assim, Deus capacitou a igreja com características e recursos que transcendem a esfera humana (RENOVATO, 2014, P. 25).

Exercitá-los com esmero e regularidade. -Aqui, os crentes, quer sejam leigos quer sejam clérigos, são convidados à prática dos dons espirituais (Rm 12.6-8). Os dons, portanto, devem ser exercidos com dedicação e regularidade (GONÇALVES, LBM, 2º tr, 2014, p. 66).

EM RELAÇÃO À MORDOMIA DA PRÁTICA DAS VIRTUDES CRISTÃS (Rm 12.9-21).

Exercitar o amor. "O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros" (Rm 12.9,10).

-Todos os que se dedicam a Jesus Cristo pela fé, também devem dedicar muito amor uns aos outros como irmãos em Cristo (1 Ts 4.9,10), com afeição sincera, bondosa e terna. Devemos preocupar-nos com o bem-estar, as necessidades e a condição espiritual dos nossos irmãos, sendo solidários e assistindo-os na suas tristezas e problemas. 


Devemos preferir-nos em honra uns aos outros, i.e., devemos estar dispostos a respeitar e honrar as boas qualidades dos outros crentes (BEP, 1995, p. 1722, Rm 12.1).

Desde que devemos amar o próximo como Cristo nos ama, nosso alvo é tratar as pessoas de modo que contribuamos para a santidade e esplendor delas como filhas de Deus, protegendo-as da mancha do pecado e das cicatrizes. Faça estas perguntas sobre os seus relacionamentos e encontros pessoais:

O amor do cristão deve ser abnegado, como foi o de Cristo. Ele entregou a Sua vida por nós a um grande custo pessoal; devemos entregar a nossa vida pelos outros mesmo quando isso nos custe algo (João 15:13). O amor do cristão deve ser perdoador, como o de Cristo. Da mesma forma que Jesus perdoou aqueles que O pregaram na cruz, devemos amar nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem (Mat. 5:44). 


A última oração de Estêvão por aqueles que o apedrejavam foi semelhante à de Jesus: "Senhor, não lhes imputes este pecado"(Atos 7:60). Paulo advertiu: "Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis [...] Não tomeis a ninguém mal por mal [...] Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber [...] Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Rom. 12:14,17,20,21). Se você não puder perdoar os que lhe fizerem mal, não estará amando como Cristo amou (GEISLER; MCDOWELL 1998, P. 86).

O amor sempre procura tornar as pessoas mais saudáveis e mais maduras do que quando as encontrou, porque essa é a obra continua do amor de cristo em nossa vida.


Exercitar o serviço cristão. "não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor" (Rm 12.11).

A ideia do texto no original é que os devem "ferver no Espírito Santo". Fervor não é sinônimo de fanatismo nem tampouco de barulho. Fervor significa o cristão ter um coração incendiado pelo Espírito Santo (GONÇALVES, 2016, p. 112).


Exercitar a resistência do mal. "Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Rm 12.21).
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Referências

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL - Editora CPAD 1995.

BÍBLIA SAGRADA DIGITAL. Versão 3.8.0.

CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico Romanos. Rio de Janeiro, CPAD, 1998.

GONÇALVES, José. Maravilhosa Graça. O evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. Lições bíblicas jovens e adultos. 2º trimestre de 2016. CPAD, 2016.

______Ibdem - Maravilhosa Graça. O Evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. Rio de Janeiro, CPAD, 2016.

MCDOWELL, J. ; GEISLER, N. L.. AMAR É SEMPRE CERTO. São Paulo, Editora Candeia, 1998.

PEARLMAN, M. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo, Editora Vida, 1996.

RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais & ministeriais. Rio de janeiro, CPAD, 2014.

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