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sábado, 20 de setembro de 2014

'Os pecados de omissão e de depressão (II)

Por: Fábio Segantin


O autor da lição inicia seu estudo mostrando que não podemos refugiar-se na desculpa de que não tenha feito nada de absolutamente errado; como a Escritura deixa bem claro, os pecados de omissão são tão reais e graves como os de comissão.

O do capítulo cinco parece que× Tiago não critica os ricos simplesmente por serem ricos. Aqui há a suposição de que este acumulou sua fortuna desonestamente e gastou consigo só. Riqueza pode ser bênção ou pode ser uma grande maldição. Depende de como ela é adquirida e administrada.

Alguém disse que há quatro classes de pessoas em termos de posses:

1. Aquelas que são ricas em coisas materiais e pobres nas coisas de Deus.

2. Aquelas que são pobres neste mundo e ricas para com Deus.

3. Aquelas que são pobres neste mundo e no próximo.

4. Aquelas que têm uma quantidade considerável de bens materiais e por saberem como aplicar, também são ricas no mundo vindouro. Mas essas pessoas não são numerosas.

Em Tiago 5:1-6, o Espírito Santo parece enfatizar duas verdades importantes: 1) O texto mostra que há falta de importância em bens materiais. Ao contrário da crença popular, o dinheiro não compra felicidade; 2) Mostra a depravação da alma que coloca toda a sua confiança nos bens materiais, ao invés de confiar apenas em Deus. No mundo materialista em que vivemos, é um alerta correto.

I- O PECADO DE OMISSÃO (Tg 4.17)

1. A realidade do pecado. As Escrituras declaram, a observação descobre e a experiência humana comprova que o pecado é um fato inconteste. O pecado é um vírus, que atingiu toda a raça humana. É uma chaga universal. E um tormento coletivo. Somente Jesus pode libertar o homem de seus funestos efeitos. O pecado é uma realidade que leva o homem a prática do mal e como consequência gera a opressão, a luta, a guerra, o sofrimento e por fim a morte.

Negar a existência do pecado é negar por extensão a veracidade da× Escritura. Ela, no seu escopo geral, afirma do princípio ao fim que o pecado existe. O pecado é qualquer transgressão contra a vontade revelada de× Deus. Para quem tem olhos para ver, o pecado está manifesto por toda parte. Realmente deve estar com visão enfraquecida quem não vê as operações arruinantes, maléficas, torcidas, brutais e bestiais do pecado, no mundo em geral e na vida humana. 


 E além disso, após pecar contra Deus o homem tomou-se sensível ao pecado. Quando o homem peca por qualquer razão ou motivo, ele sente o remorso da consciência, devido ao mal praticado e, em alguns casos, sofre as consequências da ação praticada contra× Deus ou contra a sociedade. O homem é dotado de uma consciência sensível. O animal não possui esta consciência com sensibilidade de culpa. 

O homem quando comete um crime (peca), sua tendência é fugir do local e ocultar qualquer prova de seu delito. O animal não. Ele comete um ato errado, mas permanece no local como se nada tivesse acontecido (1 Rs 13.24,28). A besta não tem traço algum de consciência de Deus; não tem, portanto, natureza religiosa. Para ela não há sensibilidade do pecado nem o peso da consciência. Quando o homem peca, através de sua consciência, ele sente em sua alma ou em seu sistema psicossomático o peso do pecado (Nm 32.23). 


Se o pecado não fosse uma realidade jamais isso seria possível de acontecer. Também presenciamos a realidade de morte, que entrou no mundo por causa do pecado. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).

2. O pecado de comissão (Gn 3.17-19). Que é o pecado? Pecado é transgredir a lei de Deus. A Bíblia diz em 1 João 3.4 “Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei (NVI).” A Bíblia diz em 1 João 5.17 “Toda a iniquidade é pecado.”

O que é a lei de Deus? São os ensinos de× Palavra registrados na Bíblia, a fim de nos levar a uma vida sem pecado.

O pecado de comissão começa dentro de nós. A Bíblia diz em Marcos 7.20-23 “Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu× Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”.

O pecado de comissão é um ato, palavra ou desejo contrário à lei eterna. Isto significa que o pecado de comissão é um ato humano, já que requer o concurso da liberdade, e se expressa em atos externos, palavras ou atos internos. Além do mais, este ato humano é mau, isto é, opõe-se à lei eterna de Deus, que é a primeira e suprema regra moral, fundamento das demais. De modo mais geral, pode-se dizer que o pecado é qualquer ato humano oposto à norma moral, isto é, à reta razão iluminada pela fé. Trata-se, portanto, de uma tomada de posição negativa com respeito a Deus e, em contraste, um amor desordenado a nós mesmos. Esse foi o grande motivo da queda de nossos primeiros pais.

Antes de sermos salvos não sentíamos o prejuízo desse pecado. Tudo o que sentíamos era o pequeno remorso dos muitos pecados. Mesmo depois que nos tornamos cristãos, o que nos entristecia eram os nossos muitos pecados, não o pecado em si. Apesar de salvos agora, ainda podemos cair no pecado de comissão como mentir ou perder a calma, ter ciúmes e ser orgulhosos, ou sermos inadvertidamente relaxados com os pertences alheios. Portanto, esses pecados individuais nos aborrecem. 



Que devemos fazer? Chegar diante de Deus e pedir perdão por esses itens um a um. Podemos dizer: “Ó Deus, eu agi mal hoje. Pequei novamente. Por favor, perdoe-me” e Ele a pronto a nos perdoar.

3. O pecado de omissão (Tg 4.17). As Escrituras Sagradas revelam em alguns textos o pecado de omissão:

1) Lucas 10.30-37: Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o Levita pecaram não fazendo o que eles sabiam ser bom e direito. Eles pecaram não amando o próximo deles.

2) Mateus 25.24-30: O homem que recebeu um talento do seu× Senhor sabia de sua responsabilidade. Entretanto, escolheu enterrar o talento, em vez de trabalhar. Assim, ele pecou contra o seu Senhor e foi castigado por isso.

3) Mateus 25.41-46: Jesus adverte muitos serão lançados no fogo eterno porque não fizeram o que era correto com seus irmãos.

Isto nos leva a uma reflexão a respeito daquilo que fazemos e deixamos de fazer, pois a partir do instante que chegamos a essa conclusão, muitas das coisas que não estamos fazendo e a respeito das quais achávamos estar tomando a atitude correta, está nos levando a ser tão pecadores quanto as pessoas que cometem seu erros, pois conhecimento implica em responsabilidade. 



As pessoas conhecem a vontade de× Deus, mas deliberadamente a desobedecem. Nosso pecado torna-se mais grave, mais hipócrita e mais danoso do que o pecado de um incrédulo ou ateu. Mais grave porque pecamos contra um maior conhecimento. Mais hipócrita porque declaramos que cremos, mas desobedecemos. Mais danoso porque os nossos pecados são mestres do pecado dos outros. O apóstolo Pedro diz: “Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2Pe 2.21).

Por que as pessoas que conhecem a vontade de× Deus, deliberadamente a desobedecem? Em primeiro lugar, por orgulho. O homem gosta de considerar-se o dono do seu próprio destino, o capitão da sua própria alma. Em segundo lugar, pela ignorância da natureza da vontade de× Deus. Muitas pessoas têm medo da vontade de× Deus. Pensam que× Deus vai fazê-las miseráveis e infelizes. Mas a infelicidade reina onde o homem está fora da vontade de× Deus. O lugar mais seguro para uma pessoa estar é no centro da vontade de Deus.

O que acontece àqueles que deliberadamente desobedecem a vontade de Deus? Eles são disciplinados por× Deus até se submeterem (Hb 12.5-11). Eles perdem recompensas espirituais (lCo 9.24-27). Finalmente, eles sofrerão consequências sérias na vinda do Senhor (Cl 3.22-25).

II- O PECADO DE ADQUIRIR BENS À CUSTA DA EXPLORAÇÃO ALHEIA (Tg 5.1-3)

1. O julgamento divino sobre os comerciantes ricos (v.1). Num linguajar mais claro o que Tiago diz é: Se vocês soubessem o que estão fazendo—diz aos ricos — vocês chorariam e uivariam de terror por causa do juízo que vem agora sobre vocês com a chegada do Dia do Senhor. O vívido deste quadro é reforçado pelo uso que Tiago faz do verbo ololuzein, traduzido como uivar. Ololuzein é uma palavra onomatopéica, leva seu significado em seu próprio som, mas significa ainda mais que uivar: é dar alaridos, é ulular. 



No Antigo Testamento frequentemente aparece para descrever o terrível pânico daqueles sobre quem caio juízo de Deus (Isaías 13:6; 14:31;1 15:3; 16:7; 23:1,14; 65:14; Amós 8:3). Bem poderíamos dizer que este vocábulo descreve aqueles que estão passando pelas torturas da condenação.

“Chorai e pranteai”. Os leitores da epístola são exortados a purificar-se do pecado (“aflijam-se, pranteiem e lamentem” [4.9]) e a arrepender-se. Tiago não dá aos ricos nenhuma esperança de arrependimento, mas diz a eles que “chorem e pranteiem”. O termo chorar, na verdade, significa “gemer”. Ele descreve o som de uma pessoa que está sofrendo grande dor ou tristeza. 



Qual é, então, a diferença entre chorar de arrependimento e chorar sem arrependimento? João Calvino observa: “O arrependimento tem, de fato, o seu choro, mas este é misto de consolação, não se transforma em gemido”. A vida de luxo dos ricos está prestes a tomar-se uma vida repleta de miséria que inclui sofrimento, a “dor causada por doenças físicas”

2. O mal que virá (v.2). Tiago começa agora a expor as desventuras a que se referiu no verso anterior. A primeira delas é que as riquezas que os ímpios acumularam zelosamente ao longo da vida estão sendo destruídas (5.2,3). É nesse sentido que Tiago declara: vossas riquezas estão apodrecidas.



As riquezas dos ímpios, ajuntadas e entesouradas cuidadosamente, preservadas e protegidas zelosamente, na verdade, do ponto de vista da eternidade e do ponto de vista de Deus, estão apodrecidas, rotas, corroídas. Ou seja, não têm valor algum, pois “as riquezas de nada aproveitam no dia da ira” (Pv 11.4; Pv 10.2). O que dará o homem em troca de sua alma?

Tiago especifica dois tipos de riqueza comuns em seus dias. O primeiro eram as roupas: as vossas roupagens [estão] comidas de traça. Roupas finas eram consideradas como parte das riquezas que uma pessoa tinha. O rico, no× Oriente, era descrito geralmente como alguém que se vestia de forma esplendorosa, com roupas caras, como o rico da história de× Lázaro, que “se vestia de púrpura e linho finíssimo” (Lc 16.19). O próprio× Tiago, ao descrever a entrada de um rico na× Igreja, se refere a ele como alguém com “anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo” (2.2). 



A realidade, porém, quanto àquelas roupas esplêndidas, é que, aos olhos de Deus, e da perspectiva do juízo, eram como roupas comidas pela traça, praga comum naqueles dias. “Eram roupas caras que vieram como herança de família, mas comidas pela traça. Um quadro muito vívido” (A. T. Robertson). Roupas roídas pela traça são usadas na× Escritura como figura do castigo divino sobre a arrogância e a opulência dos ímpios (Ver SI 39.11; Is 50.9; 51.8; Os 5.12). Sobre esses ricos sobreveio aquilo que disse o Senhor: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam” (Mt 6.19). O segundo tipo de riqueza eram o ouro e a prata, que× Tiago menciona no verso seguinte.

3. A corrosão das riquezas e o juízo divino (v.3). Tiago admoesta os ricos, pois estes permitiram que sua riqueza se corrompesse. O verbo, na verdade, significa “decompor-se” e parece aplicar-se a suprimentos de comida. Deus criou a natureza de maneira tal que cada estação de colheita trouxesse um novo suprimento de comida para homens e animais. Os suprimentos, portanto, não deveriam ser acumulados (Lc 12.16-20), pois estavam sujeitos a estragar-se. 


O que Deus oferece por meio da natureza deve ser usado para o sustento diário de suas criaturas (Mt 6.19). Com uma distribuição adequada desses suprimentos ninguém deveria passar fome, pois a terra abundante de Deus produz alimento suficiente para todos. Os ricos guardam suas vestes caras e, com o tempo, veem que foram destruídas pelas larvas que as devoraram. Um inseto noturno insignificante deposita ovos que se abrem nos trajes de luxo. Esses trajes ficam arruinados e perdem seu valor (Jó 13.28; Is 51.8). “O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram”. É claro que metais preciosos não enferrujam. Portanto, é preciso que expliquemos o verbo enferrujar de modo figurativo, e não literal. O acúmulo de prata e ouro com o simples fim de tê-los não serve para nenhum propósito importante. De certa forma, esses metais são tão inúteis quanto se estivessem enferrujados. 

Tiago fala da ferrugem para indicar como as posses terrenas não têm valor. Num outro sentido, a corrosão dos metais tem uma conotação negativa. Num tribunal, por exemplo, isso pode ser usado como evidência contra o rico, ou seja, alguém pode acusar o rico de não ser um administrador digno de suas riquezas. Ao invés de ajudar o pobre e ir ao encontro de suas necessidades, essas pessoas ricas acumulam suas riquezas, usando-as para os próprios prazeres egoístas ou não usando para propósito algum. Tiago é um tanto descritivo nas denúncias que faz contra os ricos. Ele diz que “[a ferrugem] comerá como fogo a vossa carne”. 


O fogo é uma força devastadora; a temperaturas suficientemente altas, ele consome tudo o que estiver no seu caminho. Tiago faz uma alusão ao julgamento de Deus que está para vir sobre eles (ver Dt 24.4; Is 10.16,17; 30.27; Ez 15.7; Am 5.6). Desse julgamento, eles não podem escapar. Em outras palavras, apesar de um dia todos terem que se apresentar diante do trono de julgamento, a ira de Deus pode cair sobre o pecador ainda em vida, de modo que seu corpo físico seja destruído. O rei Herodes, gloriando-se de seu próprio poder e riquezas, experimentou o julgamento imediato de Deus quando “um anjo do Senhor o feriu” (At 12.23 ARA).

III- O ESCASSO SALÁRIO DOS TRABALHADORES “CLAMA” A DEUS (Tg 5.4-6)

1. O clamor do salário dos trabalhadores (v.4). O rico egoísta obteve sua riqueza mediante a injustiça. A Bíblia sempre insiste em que o trabalhador é digno de seu salário (Lucas 10:7; 1 Timóteo 5:18). Na Palestina o trabalhador vivia sempre à beira da própria inanição. Seu salário era muito exíguo e, portanto, resultava-lhe impossível economizar algo. Por isso que se o salário lhe era retido, ainda que fosse um só dia, tanto ele como sua família não poderiam comer, e isto dito literalmente. 


É por isso que as sensíveis leis da Escritura várias vezes insistem no pago imediato do salário aos operários contratados. “Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado de teus irmãos, ou de teus estrangeiros, que estão, na tua terra e nas tuas portas. No seu dia lhe darás o seu jornal, e o sol se não porá sobre isso: porquanto pobre é, e sua alma se atém a isso: para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado.” (Dt 24.14,15). “a paga do jornaleiro não ficará contigo até à manhã.” (Lv 19.13). “Não digas ao teu próximo: Vai e volta amanhã; então, to darei, se o tens agora contigo” (Pv 3.27-28 ARA). “Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos, sem direito! Que se vale do serviço do seu próximo, sem paga, e não lhe dá o salário” (Jr 22.13 ARA). Os que “defraudam o salário do jornaleiro” estão sob a condenação de Deus (Ml 3. 5 ARA). A lei da Bíblia é nada menos que o contrato do jornaleiro. 


A preocupação social da Bíblia se expressa por igual nos preceitos da Lei, nas palavras dos profetas e no pensamento dos sábios. Diz-se que o clamor dos trabalhadores defraudados chegou aos ouvidos do Senhor dos Exércitos, e estes exércitos são as hostes do céu, as estrelas e as potências celestiais. O ensino consequente da Bíblia nos assegura que o Senhor do universo, que mantém as estrelas em sua mão e que ordena aos anjos, preocupa-se com os direitos do trabalhador.

2. A regalia dos ricos que não temem a Deus cessará (v. 5). Apesar da fome e da miséria que campeiam ao seu redor, o rico avarento, não temente a Deus, deliciosamente vive sobre a terra, a engordar o seu coração com a gordura dos prazeres terrenos. Para ele não importa a existência de pessoas as quais falta o mínimo para sua subsistência. Se ele possui o bastante e de sobra, não importa quem não possui nada. 


Ou seja, além de roubar dos pobres, os ricos são condenados também por viverem regaladamente . Eles vivem em extravagante conforto, com o dinheiro que eles roubaram dos pobres famintos. Os ricos viviam além das fronteiras do conforto, eles viviam no território dos vícios, onde nunca negavam a si mesmos qualquer prazer. Em segundo lugar, os ricos estavam cada vez mais opulentos controlando as coortes (5.6a). A regra de ouro do mundo é que aqueles que têm o ouro é que fazem as regras. 


Os ricos se fortalecem porque compram as sentenças, subornam os tribunais e assim oprimem ainda mais os pobres que não podem oferecer resistência. Tiago chama a vítima de “o justo”. Os ricos roubam-lhe os bens, negam-lhe os direitos, abafam-lhe a voz. Os ricos compram os tribunais, torcem as leis, violam a justiça, oprimem os fracos e fecham-lhes a porta da esperança.

3. O pobre não resiste à opressão do rico (v.6). Como entender o termo “matastes o justo”? Podemos interpretá-lo literalmente ou figurativamente. Aqueles ricos que talvez tenham arrastado os pobres aos tribunais agora são culpados de homicídio. Direta ou indiretamente eles mataram um ser humano que era incapaz de se defender.

Também podemos entender a palavra metaforicamente. Um homem rico que deixa de pagar o salário de um trabalhador, por exemplo, está privando-o de seu ganha-pão e, assim, indiretamente, comete um ato de homicídio. No século segundo antes de Cristo, Josué bem Sira disse: “oferecer em sacrifício o produto da injustiça é uma oferta defeituosa, e os dons dos que violam a Lei não poderão ser bem aceitos”.

Ao considerarmos os dois verbos, condenar e assassinar, em conjunto, podemos compreender que o texto afirma que os ricos tinham ido ao tribunal e usado sua riqueza para subverter a justiça. Estavam determinados a livrar-se do pobre, mesmo que este fosse reto e não tivesse feito oposição aos ricos. Com a lei do seu lado, haviam cometido homicídio. Os detalhes exatos de tempo, lugar e circunstâncias não são revelados por× Tiago. Ele está interessado apenas no fato de que os ricos mataram homens inocentes.

Os ricos se fortalecem porque compram as sentenças, subornam os tribunais e assim oprimem ainda mais os pobres que não podem oferecer resistência. Tiago chama a vítima de “o justo”. Os ricos roubam-lhe os bens, negam-lhe os direitos, abafam-lhe a voz. Os ricos compram os tribunais, torcem as leis, violam a justiça, oprimem os fracos e fecham-lhes a porta da esperança. Os pobres não tinham como resistir os ricos. Eles controlavam as próprias cortes. Eles só podiam apelar para Deus, o justo juiz.

CONCLUSÃO

A procura de uma vida luxuosa, egoísta e despreocupada com as necessidades dos outros é condenada por Deus e aponta o seu aborrecimento. Deus já tinha condenado a fraude e consequentemente a retenção dos salários. Agora temos a condenação de pecados específicos fruto de uma opressão econômica e fraudulenta.

Lendo esta passagem, pode ser que você diga: “Ainda bem que eu não sou rico, isto não é comigo!” Será que não? Como podemos classificar quem são os ricos aqui? Talvez você não tenha tanto dinheiro quanto gostaria de ter. Ou talvez não seja tão rico quanto o Silvio Santos... Mas pense que assim como existem homens muito mais ricos do que ele, existem também muito mais pobres que você. 


Dependendo da perspectiva, você é rico sim, então esta palavra é para você. Não há nada de errado em ser rico, e não é contra isso que esta passagem trata, mas há uma linha tênue quando se trata de finanças, pois elas revelam muito sobre o nosso coração: nossa atitude com finanças rege nosso coração, ou seja, nossa atitude com o dinheiro tem poder de desqualificar nossa fé em Deus.


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Fonte:
http://fabiosegantin.blogspot.com.br


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