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quinta-feira, 3 de abril de 2014

E DEU DONS AOS HOMENS

Deus concede dons de acordo com a necessidade da igreja.



Por: Edilson Moraes



"Pelo que diz: subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deus dons aos homens" (Ef 4.8). 



Texto: Rm 12. 3-8; 1 Co 12.4-7


Estudaremos neste trimestre, a respeito dos dons espirituais e ministeriais. Estes, foram entregues aos crentes para a sua capacitação na realização realização do serviço na terra, e para a edificação do corpo de Cristo. Dons, são dádivas advindas da parte de Deus para seus filhos. 

Logo, não é fruto de mérito, nem tampouco deve ser usado para envaidecimento próprio, sob pena da perda de sua operosidade na vida de quem o recebe. De acordo com a FATECAD, ao tratar dos Dons espirituais, 

 "A finalidade dos dons espirituais são basicamente o engrandecimento da obra de deus. Isso tira qualquer tentativa de alguém querer usá-los para benefício próprio. O portador de um dom não recebe quando ou como achar melhor, e sim conforme a direção de Jesus, que é a cabeça (Ef 1.22) - (FATECAD, lição IV, p. 06)".
Segundo PFEIFFER et al (2010, 581), o apóstolo Paulo ao discorre sobre o assunto aos crente de Corinto, conforme verifica-se em 1 Coríntios 12-14, apropria-se de três palavras gregas: (1) ta pneumatika (1 Co 12.1 ; 14.1) "dons, poderes ou manifestações espirituais". (2) ta pneumata (1 Co 14.12) "espíritos" ou manifestações do Espírito.  (3) ta charismata (1 Co 12.4-9, 28, 30,31; Rm 1.11;  1 Co 1.7; 1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6; 1 Pe 4.10), "dons da graça". "Estes dons não ser considerados talentos naturais, mas sim manifestações sobrenaturais do próprio Espírito (v. 7) - (PFEIFFER et al, 2010, P. 282)".      
     
OS DONS NA BÍBLIA

No Antigo Testamento. Neste período, os dons eram restritos à algumas pessoas, com finalidades específicas, a exemplo de sacerdotes, reis e profetas. Eram manifestações esporádicas e contidas, em razão de o Espírito Santo ainda não ter sido derramado como aconteceu nos dias do Novo Testamento. 

De acordo com RENOVATO (2014, p. 11), "dom", em hebraico tem diversos significados. Sendo assim, mattan tem o sentido de algo doado de forma gratuita, ou um "presente", conforme Provérbios 19.6 "Muitos suplicam a face do príncipe, e cada um é amigo daquele que dá presentes"; 21.14; dote, dádiva (veja-se Gn 34.12 "Aumentai muito sobre mim o dote e a dádiva, e darei o que me disserdes; dai-me somente a moça por mulher". 


Outro termo usado é maseth, que de igual modo significa "presente", "dádiva" como em  Ester 2.18: "(...) Proclamou feriado por todas as províncias, e distribuiu presentes segundo a generosidade real". Todavia, com uma ocorrência de duzentas e nove vezes, o termo mais usado para dom, é minchach, "oferta", "presente" (Sl 45.12; 72.10).     

No Novo Testamento. Aqui, o termo grego "doma" indica a oferta de um "presente", "boa coisa" (Mt 7.11). A palavra cháris indica "dom gratuito" ou "graça" (2 Co 8.4). Charisma tem o sentido de "dons do espírito", concedidos pela graça de Deus, com propósitos muito elevados e está associado ao termo ta charismata, que aparece em 1 Corintios 12.4,928,30,31, que tem o sentido de "dons da graça".  

Segundo PFEIFFER (2010), Paulo, em sua carta aos coríntios, expõe a unidade, a diversidade, a distribuição, a ordem, a motivação, a permanência, o valor relativo e o uso adequado dos dons espirituais. 


A unidade dos dons espirituais evidencia-se pelo fato de que todos são administrados e inspirados pelo mesmo Deus, tendo como finalidade da parte do Espírito Santo a glorificação do nome de Cristo, para o benefício de todos os fiéis. Veja-se: 1 Co 12.7. 

No que concerne às suas diversidades, eles são identificados como "dons" (charismata) do Espírito (12.4), "ministério" ou atos de serviço da parte do Senhor (12.5) e operações e atividades do pai (12.6). 


Dentro dessa ideia de diversidades, encontramos nove dons: a palavra da sabedoria, a palavra da ciência, a fé (não a fé salvadora, mas uma fé excepcional), os dons carismáticos da cura, a operação de maravilhas (milagres), a profecia, o discernimento dos espíritos, a capacidade de falar uma variedade de línguas e a interpretação das línguas (12.8-10). 

Entretanto, em 1 Coríntios 12.28-30 e Romanos 12.6-8 o apóstolo fala de outros dons carismáticos (socorros, governos). 

Com respeito à classificação dos dons, ainda que hajam várias, apresentaremos duas as quais entendemos no momento que sejam as mais satisfatórias: 


(a) Pedro aponta para duas categorias principais: os dons da expressão vocal, que permitem ao possuidor pronunciar como sendo o próprio Deus falando, e os dons de um serviço prático em nível sobrenatural (1 Pe 4.10,11). Paulo apresenta outra classificação bem próxima (1 Co 1.5-7; 2 Co 8.7)


(b) Porém, segundo o escritor Elienai Cabral existe uma segunda classificação, tendo como base o texto de 1 Coríntios 12. v.v 8-10: 

(I) dons que manifestam a sabedoria de Deus (1 Co 12.8-10); 
(II) dons que manifestam o poder de Deus (1 Co 12.9,10); 
(III) dons que manifestam a mensagem de Deus (Lições bíblicas, 2º Trim. 2011, nº 06).  

Este é também o entendimento do escritor Pearlman: 

"Em 1 Co 12.8-10, Paulo enumera nove desses dons, que podem ser classificados da seguinte maneira: 1. Aqueles que concedem poder para saber sobrenaturalmente: a palavra de sabedoria, a palavra de ciência, e de discernimento. 2. Aqueles que concedem poder para agir sobrenaturalmente: fé, milagres, curas. 3. Aqueles que concedem poder para falar sobrenaturalmente: profecia, línguas, interpretação" (PEARLMAN, 1996, p. 201). 
Sobre a distribuição dos dons, em suas orientações aos coríntios, o apóstolo afirma que estes são entregues "a cada um" (1Co 12.7). Logo, todo aquele que se torna limpo pela purificação mediante o sangue de Cristo na cruz, pode receber em sua vida os dons propostos em o Novo Testamento para que sejam úteis na edificação do corpo do Senhor.

Em se tratando da ordem, mesmo sabendo que alguns têm maior utilidade que outros, Paulo ensina que devemos buscar e nos permitir ser usados por todos, sem no entanto desprezar nenhum deles, pois cada um tem sua importância dentro da casa do Senhor (1 Co 14.39; 1 Ts 5.20).

Com relação ao motivo, em 1 Coríntios 13.1-3 encontramos a base para que os dons possam ser operados pelo Espírito Santo através dos cristãos: trata-se do exercício do amor. Paulo fala de um caminho par excellence (por excelência; kath' hyperbolen). A manifestação dos sem a dosagem do amor, de nada adianta. 


Por conseguinte, ser usado por Deus, ainda que seja em todos os dons, não é garantia de salvação. Jesus diz que muitos serão decepcionados naquele dia, por confiarem na quantidade dos demônios que expulsaram, nas profecias que expressaram, porém não tiveram o cuidado de manter seus nomes escritos no livro da vida. "Não vos conheço. Apartai-vos de mim" - (grifo meu). 

Um estudo da história da Igreja revela que muitos dos dons carismáticos continuaram a se manifestar muito tempo após a morte de todos os apóstolos. Ao analisarmos os textos de Romanos 12.6-8 e 1 Coríntios 12.28, notamos que estes tratam de atividades contínuas da Igreja e portanto, a necessidade da manifestação dos dons. 

No capítulo 14.2,4a, 14-18, 28b da 1ª carta aos coríntios, Paulo comenta sobre o valor relativo dos dons de profecia e de línguas. A profecia, de acordo com o texto, é entendida mais facilmente pelo ouvinte. Já o falar em outras línguas, sem a manifestação do dom de interpretação, edifica apenas a quem fala e não a quem ouve. 

 recomendação paulina é esta: não havendo intérprete na Igreja é melhor que não fale em línguas. 


O comentarista e escritor Elienai Cabral, ao discorrer na lição 6 - 2º trimestre 2011 sobre a classificação dos dons, assim os dividiu: 1) dons que manifestam a sabedoria de Deus (1 Co 12.8-10); 2) dons que manifestam o poder de Deus (1 Co 12.9,10); 3) dons que manifestam a mensagem de Deus 1 Co 12.10).

Por falar dos dons que manifestam a sabedoria de Deus, é preciso também conhecermos os três tipos de sabedoria que operam no homem. 


(I) sabedoria satânica. A sabedoria satânica se caracteriza pela inveja, sentimentos facciosos, etc (Tg 3.14-16; Ez 28.12-17); 

(II) sabedoria humana ou natural. Esta sabedoria limita-se aos interesses desta vida (Lc 14 28-32). 
(III) sabedoria divina. É a sabedoria evidenciada pelo homem espiritual e não se confunde com a sabedoria natural. Por este motivo, Tiago diz  que se sentimos falta de sabedoria, peçamos a Deus (Tg 1.5).  
                
Uma dádiva para a Igreja. Os dons são vários; a graça é uma só! Há alguém, equivocadamente, ensinando que Existem Dons de Deus Pai (dons de serviço), Dons de Deus Filho Jesus Cristo (dons ministeriais) e Dons do Espírito Santo (dons espirituais). 

Se pneumatikon nos fala que os dons espirituais são coisas caracterizadas pelo Espírito Santo, charisma nos ensina que eles são dons da graça de Deus; Em nosso texto áureo, Paulo apresenta Cristo distribuindo os tributos de sua vitória aos homens. 


A Bíblia King James, Versão Autorizada (KJV), em 1Co 12.1 menciona “dons espirituais”. No grego lemos simplesmente “espirituais” (ton pneumatikon), significando “coisas caracterizadas ou controladas pelo Espírito”. 


Dons espirituais são, portanto, em primeiro lugar, coisas controladas ou caracterizadas pelo Espírito, logo, entendemos que todos os dons são carismáticos; isto é, todos os dons são livremente dados por um Deus gracioso. 

o Espírito distribui cada um deles ao cristão (1 Co 12.11). Em 1Co 12.4-6, o Filho de Deus determina ao cristão o modo específico como o dom é manifestado no corpo (1 Co 12.12-27); no versículo 6, o Pai provê a força ao cristão no exercício do dom (1Co 12.28). Deus opera Sua vontade por meio de Seu povo de muitas maneiras. 


Ninguém foi colocado no corpo para ser igual a outro membro nem para exercer a mesma função. O Espírito é o mesmo [...] o Senhor é o mesmo [...] o mesmo Deus. Embora as pessoas recebam dons diferentes do Altíssimo, Deus e Sua obra estão unidos. Sejam quais forem os dons que diversas pessoas tenham ou não, o único Deus opera todas essas coisas (v. 11).

OS DONS DE SERVIÇO, ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS 

Dons relacionados ao serviço cristão. "Observe os dons de serviço listados por Paulo em Romanos: Ministério (ofício diaconal), exortação (encorajamento), reparti, presidir e exercer misericórda" (Lição 01, 2º trim. 2014). De acordo com o comentarista Elinaldo Renovato, esses dons elencados no capítulo 12 estão diretamente ligados ao atendimento aos necessitados, incluindo-se aí os idosos, as viúvas e os órfãos. 

Em todas as épocas sempre houve pessoas necessitadas entre o povo de Deus. Em sua grande misericórdia, o Senhor admoesta aos crentes que não se furtem em socorrer a estes que estão em estágio de fragilidade social, emocional e econômica. 


Ao estabelecer as leis que regeriam a nação de Israel, um artigo foi posto no sentido de que o povo nunca viesse a esquecer de sua responsabilidade social com os carentes daquela nação. 


Já no Novo Pacto, somos impelidos diretamente pelo Espírito Santo a amparar ao necessitado, além de ainda podermos contar com a operação dos dons entregues pelo Pai, exclusivamente para este tipo de serviço.  

Conhecendo os dons espirituais. Para LIMA (2014, p.p. 16,17 e 18), na condição de "Corpo de Cristo", a Igreja necessita vivenciar constantemente as manifestações genuínas dos dons espirituais. O autor aponta algumas razões pelas quais os dons são indispensáveis à Igreja:

1) Na espera pela vinda Jesus. A Igreja do século XXI tem sido alvo de ataques nas mais diversas modalidades. Mesmo em meio a todo o conhecimento teológico e científico que os crentes de hoje dispõe, o que não ocorria com os primórdios da fé, é de extrema relevância que os dons espirituais continuem agindo entre os cristãos. 


Por sinal, sem estes, certamente a Igreja não teria resistido todas as tentativas de sufocamento da mensagem que combate o pecado. 

2) Os dons espirituais fazem a diferença. Tendo como pano de fundo a parábola das dez virgens (Mt 25.1-13), é possível aceitar que o azeite que manteve as cinco prudentes, ou seja, as virgens em alerta, com suas lâmpadas acesas e com reserva suficiente para irem ao encontro do Noivo, é uma representação das ações do Espírito Santo na vida dos fiéis. 


Segundo a BEP (p. 1442), "O azeite nesta parábola representa no crente a presença permanente do Espírito Santo, aliada à fé verdadeira e à santidade". A relevância dessa representação repousa no fato de que na referida parábola todos estavam esperando de igual modo, mas foram apanhados dormindo quando da vinda súbita do Noivo. Porém, ao acordarem todos, uma parte percebeu que não possuía fluido suficiente para sair ao encontro deste, fato que não restou outra alternativa a não ser ficar para trás. 

3) Os dons podem ser abundantes. Ao escrever aos irmãos em Corinto, Paulo afirma: "De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co 1.7). A abundância dos dons é uma realidade experimentada pelos crentes de Corinto, como vemos no texto. Por sua vez, esta variedade de dons quando bem administrada é útil para o desenvolvimento pleno do povo de Deus. 

4) Os dons são indispensáveis à evangelização. Conforme menciona LIMA (2014, 18),   as multidões seguiam a Cristo não apenas por sua mensagem poderosa (Jo 7.46) e pelo fato de fazer a diferença, mas por causa dos sinais que Ele realizava. Neste período de pós-modernismo, com o crescente aumento da incredulidade, materialidade e ceticismo, falar apenas não é suficiente. A Igreja (nós) precisa mostrar mais, por meio dos sinais como frutos dos dons espirituais.

Ao tratar da genuidade dos dons espirituais, LIMA declara: "Os dons espirituais devem ser utilizados na Igreja, respeitados os requisitos e condições estabelecidas na Palavra de Deus. Fora disso, há o risco haver manifestações espúrias ou falsas em relação ao verdadeiro caráter dos dons" (LIMA, 2014, p.18). 

Elencamos a seguir, aspectos da utilização genuína dos dons:
1) Os dons devem ser exercidos com amor. "E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria" (1 Co 13.2). Mesmo sendo dotada de todos os dons, a Igreja de Corinto não teve o devido cuidado ao lidar com a situação. No texto bíblico de 1 Co 13, o apóstolo dos gentios exorta-os a colocarem o exercício do amor em seu devido lugar, o que parece pelas entrelinhas que não era isto que estava acontecendo. A Igreja evidenciava os dons, em especial os de elocução, tendo em vista que em seu contexto histórico era uma nação muito voltada à oratória, aos debates e discursos eloquentes.  

2) Os dons devem ser usados de acordo coma Palavra. "Lâmpada para os meus pés é atua palavra e luz, para o meu caminho" (Sl 119.105). Todos os dons, ao ser utilizados devem passar pelo crivo da Palavra de Deus. É imprescindível que o crente tome ciência de que a Bíblia é o parâmetro seguro para a aceitação ou reprovação de manifestações duvidosas, ditas ser da parte de Deus. Como fazer esta relação? a) inicialmente, observando se tal revelação, profecia ou algo do tipo, tem respaldo bíblico. Por exemplo: Uma "profecia" estabelecendo o dia do arrebatamento da Igreja. Notadamente, está descontextualizada com as Escrituras Sagradas, pois a Bíblia afirma-nos categoricamente que "(...) daquele dia e hora ninguém sabe". b) É ponto crucial que haja o seu cumprimento cabal. O profeta Isaías, inspirado pelo Espírito Santo, profetizou detalhadamente como seria o nascimento, vida e morte de Jesus. Nada do que disse ficou sem seu fiel cumprimento. Glória a Deus! c) Temos o Espírito de Deus habitando em nós. Logo, temos como identificar, automaticamente se é o Senhor quem fala, ou se o suposto profeta está falando em vez do Senhor.

3) Os dons não dão origem a doutrinas. "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema" (Gl 1.8). A BEP (p. 1794) afirma que quaisquer doutrinas ou ensinos oriundos da vontade humana, divorciados da interpretação e entrelinhas bíblicas, devem ser descartados por fazer parte do arcabouço do evangelho de Cristo. "É altamente danoso para a integridade da Igreja espiritual de qualquer igreja, quando um líder, ou um outro membro da igreja, apresenta como doutrina aquilo que não tem fundamento na Bíblia" (LIMA, 2014, p. 19).

4) Quem tem um dom deve ser mais humilde. "Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós" (2 Co 4.7). Os dons são entregues para ser usados à serviço do bem estar da Igreja. Desse modo, aquele é contemplado com tão elevada bênção, não deve de forma alguma, tomar para si a glória que não lhe pertence. 


Quanto maior o grau de humildade, maiores as chances do bom uso dessa dádiva, para o fortalecimento espiritual do povo de Deus, além de poder receber inclusive a variedade dos dons. Permitamos então, que a glória de Deus apareça e que nosso seja sucumbido pelo poder do Espírito Santo, aleluia!.                         

Acerca dos dons ministeriais. Os dons ministeriais estão classificados em Efésios 4.11 como apóstolos, profetas, evangelista, pastores e doutores. Segundo (LIMA, 2014, p. 21), "Os dons espirituais estão à disposição de todos os crentes, de todos os salvos. 


Mas os dons ministeriais são específicos para homens que têm a chamada de Deus para o ministério de servir à Igreja". O autor citado trata do assunto intitulando de líder-servo, aquele que de fato possui a chamada ministerial. Grosso modo, nem todo o líder pastoral é dotado do dom ministerial, assim como nem todos os que possuem o dom ministerial, são pastores. 

CORINTO: UMA IGREJA PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS (1 Co 12.1-11)

Os dons são importantes. Estamos muito parecidos à igreja de Corinto! É preciso ler as epístolas de Paulo àquela igreja para entendermos o fim da charismata. Os dons espirituais são recebidos de Deus e exercidos com Deus, por Deus e para Deus para que a igreja de Cristo tenha suas necessidades supridas e possa, assim, cumprir cabalmente sua missão no mundo. Não nos bastamos a nós mesmos. 


Nenhum membro do corpo de Cristo ficou sem dons e nenhum recebeu todos os dons. Devemos suprir as necessidades uns dos outros. Dependemos uns dos outros. No corpo há unidade, diversidade e mutualidade. Os membros não têm vida independente do corpo. Cada membro do corpo tem sua função. 


Cada membro precisa exercer o seu papel para que o corpo cresça de forma harmoniosa e saudável. O corpo cresce de forma harmoniosa e saudável quando servimos uns aos outros conforme o dom que recebemos.   

Diversidade dos dons. Geralmente, ao estudarmos os dons espirituais nos prendemos àqueles mencionados em 1Co 12. Mas há diferentes listas de dons no Novo Testamento:Romanos 12. 6-8: profetizar, ministrar, exortar, contribuir, presidir e exercer misericórdia


O contexto desses versículos enfatiza que todos somos membros do Corpo de Cristo e dependemos uns dos outros. Cada crente contribui para o crescimento do Corpo, usando o dom específico que tem recebido. Efésios 4. 11-16: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores-mestres


Através desses ministérios os crentes são equipados para o serviço. À proporção que cada um presta sua contribuição, todo o corpo vai sendo edificado, v. 12, e cada membro em particular vai crescendo e adquirindo maturidade espiritual, vv. 13-16.1Coríntios 12. 4-10: palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, fé, dons de curar, operações de milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas, interpretação de línguas


Essa passagem, juntamente com os vv. 28 a 31, se complementa ao narrar os dons do Espírito Santo. 1Coríntios 12. 28: apóstolos, profetas, mestres, operadores de milagres, dons de curar, socorros, governar, variedades de línguas. 1Pedro 4.10-11: falar, servir


O objetivo dessa passagem é acentuar que, se o crente  recebe um dom espiritual, deve empregá-lo a serviço dos outros membros, conforme o poder de Deus e para a glória do Senhor. Como exposto, podemos então relacionar tranquilamente, vinte dons da seguinte forma:


    1. Apóstolos (1 Coríntios 12:28; Efésios 4:11)
    2. Profetas (Romanos 12:6; 1 Coríntios 12:28; Efésios 4:11)
    3. Serviço (Romanos 12:7; 1 Pedro 4:11)
    4. Evangelistas (Efésios 4:11)
    5. Sabedoria (1 Coríntios 12:8)
    6. Conhecimento (1 Coríntios 12:8)
    7. Pastores (Efésios 4:11)
    8. Mestres (Romanos 12:7; 1 Coríntios 12:28; Efésios 4:11)
    9. Oratória (1 Pedro 4:11)
    10. Exortação (Romanos 12:8)
    11. Fé (1 Coríntios 12:9)
    12. Cura (1 Coríntios 12:9,28)
    13. Operação de milagres (1 Coríntios 12:10,28)
    14. Capacidade de discernir espíritos (1 Coríntios 12:10)
    15. Contribuição para suprir necessidades de outros (Romanos 12:8)
    16. Ajudar outros (1 Coríntios 12:28)
    17. Ter misericórdia (Romanos 12:8)
    18. Administração (1 Coríntios 12:28)
    19. Falar em línguas (1 Coríntios 12:10,28)
    20. Interpretação de outras línguas (1 Coríntios 12:10,30)

Autossuficiência e humildade. Os dons espirituais têm dois propósitos: a glória de Deus e a edificação da igreja. Deus é mais glorificado em nós quanto mais nós nos deleitamos nele e servimos uns aos outros. Os dons espirituais não são dados para autopromoção. 


Nenhum membro da igreja pode gloriar-se por ter este ou aquele dom, pois os dons são recebidos não por mérito, mas por graça. Usar os dons para exaltação pessoal é dividir o corpo em vez de edificá-lo. A igreja de Deus não é uma feira de vaidades, mas uma plataforma de serviço. 


No reino de Deus maior é o que serve. No reino de Deus perdemos o que retemos e ganhamos o que distribuímos. Quando investimos nossa vida, recursos e dons para socorrer os aflitos, fortalecer os fracos, instruir os neófitos, ajudar os necessitados e encorajar os santos, o nome de Deus é exaltado, o mundo é impactado e a igreja é edificada. Quando usamos os dons espirituais da forma certa e com a motivação certa, Deus é exaltado no céu e os homens são abençoados na terra.

Para finalizar, a Weekpédia define assim o Pentecostalismo: “é um movimento de renovação de dentro do cristianismo, que coloca ênfase especial em uma experiência direta e pessoal de Deus através do Batismo no Espírito Santo” (4)

Esta ênfase no batismo no Espírito Santo é o que caracteriza o Pentecostalismo ou é a atualidade dos dons espirituais? Deixo este questionamento para reflexão e alerto que muitos pentecostais se autodefinem simplesmente por aceitarem esta atualidade, não necessariamente crendo no batismo com o Espírito Santo, na chamada segunda bênção ou revestimento de poder com o sinal inicial e visível do falar em línguas. 


A graça de Deus, por fim, é multiforme. Visualmente, isso seria como um cristal que reflete a luz em vários matizes e uma sempre nova e surpreendente combinação de cores e tons. 


Esse conceito é importante e tem sido desprezado na prática, muitas vezes, pelos cristãos. Está subentendido que a questão dos dons é sempre dinâmica. Não podemos deduzir uma lista fixa de dons a partir das passagens do N.T. que falam sobre o assunto, e mantê-los a todo custo como os únicos dons espirituais. Deus dá os dons de modo multiforme, de acordo com as características locais e as necessidades do momento. 


Quando a situação muda, quando novos quadros se apresentam, Ele dará os dons de forma apropriada à nova realidade, sempre nos surpreendendo com o Seu agir. 


Multiforme também significa, para um mundo dividido como o nosso em culturas e características regionais bastante diferenciadas, que o Espírito leva em conta essa diversificação e trabalha dentro dela. 


Indispensável nas relações entre os cristãos (também a nível internacional) é a eliminação de todo resquício de prepotência e espírito de julgamento, e a disposição ao amor e ao serviço ao outro como outro (respeitando-o e valorizando-o naquilo em que é diferente de mim ou de nós). (5)] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.



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BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. CPAD: Rio de Janeiro, 1995.

Disponível em: <http://auxilioebd.blogspot.com.br/>. Acesso em: 02 abr 2014.


FATECAD. Curso teológico. Lição IV.  

-Lições bíblicas. 2º trimestre de 2014, lição 01.

LIMA, Renovato Elinaldo. Dons espirituais & ministeriais: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário.

PFEIFFER, Charles F. Et al. Dicionário bíblico Wycliffe. CPAD: Rio de janeiro, 2010.

PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. 24ª ed. Vida: São Paulo, 1996.






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